Especialista explica "golpe do encontro" e como evitar armadilhas nas redes sociais
16/10/2022 10h22Fonte ClubeNews
Imagem: PixabayCelular/Imagem Ilustrativa
Marcar um encontro casual com um desconhecido e terminar registrando um boletim de ocorrência após ser ameaçado de morte. Essa foi a realidade de pelo menos quatro pessoas que foram vítimas do “golpe do amor” ou “golpe do encontro” na cidade de Teresina.
A Polícia Civil do Piauí já está com a identidade de um dos golpistas e investiga alguns dos casos ocorridos na capital piauiense. Pelo menos quatro boletins de ocorrências – em delegacias diferentes – estão registrados. O investigado entrou em contato com as vítimas por meio de sites de relacionamentos ou de aplicativo popular entre grupos LGBTQIAP+.
Segundo a polícia, um dos investigados conquista a confiança das vítimas em potencial com facilidade porque utiliza de uma técnica chamada “Engenharia Social”.
O golpista constrói uma imagem positiva de si mesmo, identifica também as fragilidades emocionais das vítimas e se apresenta como alguém capaz de resolver tudo.
Além da Delegacia de Combate a Crimes Virtuais, o 13º Distrito Policial também investiga os golpes do encontro e seus autores.
O delegado da Polícia Civil, Odilo Sena, recomenda desconfiança em contatos através de sites ou aplicativos de relacionamento.
“Você não pode passar informações para uma pessoa que você não conhece; uma pessoa que você nunca viu. Passar informações sobre trabalho, quanto ganha, o que faz, quantos filhos, família, marido/esposa, não pode. O golpe é baseado nisso, na carência emocional, na estrutura emocional da pessoa”, explica o delegado.
VÍTIMAS
Uma pessoa, que prefere não se identificar, caiu na conversa do golpista. Ela conta que confiou no autor por ele manter perfis abertos nas redes sociais.
“A gente se sente um pouco seguro pelo fato dele mostrar foto, tanto no aplicativo como nas redes sociais. Você não imagina que uma pessoa com quase 20 mil seguidores pode fazer algum mal para você. E também por ver várias pessoas que são amigos em comum”, conta a vítima.
Outra vítima, que também prefere não se identificar, relata que após muita insistência do suspeito abriu as portas da própria casa para o encontro, mas foi surpreendido ao ser amarrado e ameaçado com uma faca.
“Ele, insistentemente, se prontificava a se encontrar comigo. Aos poucos, fui descobrindo quem ele era, que ele é um psicopata, muito perigoso, durante o próprio encontro. Ele me amarrou, rolou a questão da violência sexual, e também ameaça com faca. Ele usou uma faca da minha residência para me ameaçar de morte, disse que ia me picotar”, disse a outra vítima.
Imagem: Arquivo/ClubeNewsVítima não identificada.
JUSTIÇA
As vítimas cobram rigor da polícia na investigação dos crimes denunciados, até mesmo para evitar que outras pessoas fiquem na mira desse tipo de golpista.
O advogado José Cantuária Filho ressaltou que outra alternativa é qualificar o agressor no maior número de crimes de acordo com a conduta dele desde a primeira abordagem.
“Nós temos nas relações de consumo um aumento de pena, para quando envolve crimes contra honra, calúnia, injúria e difamação que tem grande repercussão; já tem uma majoração no dano moral. A pessoa deve procurar o poder público para que ele possa ser investigado, apurado, preso e condenado por esse tipo de conduta”.
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