"Estamos perdendo a guerra contra o Aedes", diz ministro da Saúde no Piauí

23/01/2016 08h37


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução GloboNewsMarcelo Castro, ministro da Saúde.(Imagem:Reprodução GloboNews)Marcelo Castro, ministro da Saúde.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta sexta-feira (22) que o Brasil está perdendo a guerra contra o mosquito Aedes aegypti e a sociedade precisa se conscientizar que ela é o principal agente de prevenção e combate ao mosquito transmissor.

“Há cerca de 30 anos o mosquito vem transmitindo doenças para nossa população e desde então nós o combatemos, mas estamos perdendo a guerra contra Aedes aegypti. Vivemos uma verdadeira epidemia. Precisamos da sociedade brasileira mobilizada na prevenção a essas doenças”, afirmou o ministro.

O Aedes é o mosquito transmissor de diversas doenças, como a dengue e as febres chikungunya e amarela, além do zika vírus.

Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na quarta (20), os casos suspeitos de microcefalia relacionada ao zika vírus, por exemplo, subiram de 3.530 para 3.893. O dado considera os casos desde 22 outubro de 2015, quando começou o monitoramento de microcefalia no Brasil, até 16 de janeiro deste ano.

Até 5 de dezembro do ano passado, foram registrados 1,59 milhão de casos de dengue em todo o país.

Combate
Castro disse que a batalha contra as doenças associadas ao mosquito só será vencida definitivamente com o desenvolvimento de vacinas e que, até lá, o único método efetivo é a não proliferação do Aedes.

“Já temos uma vacina contra a dengue, mas não contra o zika vírus. Nossos laboratórios estão em associação com os de outros países em várias linhas de pesquisa para desenvolver essa vacina. Mas tudo isso leva anos para acontecer. Enquanto não tem remédio e vacina, só temos uma arma, e todos os nossos esforços, todo o nosso foco, é voltado para a prevenção”,
disse.

Nos 21 primeiros dias de 2016, agentes de saúde encontraram focos do mosquito transmissor em 3% das 7,48 milhões de residências visitadas.

O ministro deu as declarações no Piauí, onde participou neste sexta do seminário "Dengue, chikungunya e zika: controle e intervenção na saúde", que ocorreu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí (OAB-PI). O evento foi organizado pela Fundação Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde, além das secretarias estadual e municipal.

Vacina
“A Fiocruz está entregando 500 mil testes para a prevenção e diagnóstico da dengue, chikungunya e zika. O mais importante agora é termos mecanismos e conhecermos a realidade da infecção do vírus, sobretudo nas gestantes. Além disso, estamos disponibilizando um teste molecular e no prazo de quatro a cinco meses estaremos entregando o teste sorológico para que a gente possa seguir a epidemia”, afirmou o vice-presidente da Fiocruz, Rodrigo Stabell.

Durante o seminário, o ministro Marcelo Castro apresentou aos profissionais e gestores de saúde do Piauí os detalhes do Plano Nacional de Enfrentamento do Aedes e Microcefalia. O plano envolve 19 órgãos e instituições federais e está dividido em três eixos de ação: mobilização e combate ao mosquito; atendimento às pessoas; e desenvolvimento tecnológico, bem como educação e pesquisa.

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Tópicos: vacina, ministro, dengue