"Estou com medo e minha filha em choque", diz mãe de vítima de estupro

10/06/2016 07h31


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Teixeira/G1Mãe de vítima de estupro coletivo falou para o G1 o que viu na cena do crime.(Imagem:Ellyo Teixeira/G1)Mãe de vítima de estupro coletivo falou para o G1 o que viu na cena do crime.

A mãe da vítima de um estupro coletivo no Piauí, que pediu para não ser identificada, contou para o G1 nesta quinta-feira (9) que após o crime ocorrido na noite do dia 7 de junho, a sua vida e da filha, que tem apenas 14 anos, mudaram radicalmente. A aposentada relatou que as duas mal conseguem dormir ou comer. “Eu e minha filha ainda não conseguimos sair de casa, estou com medo e minha filha em choque, ela está sob efeito de medicamentos fortes. Não sei como que será daqui para frente”, disse.

Imagem: Ellyo Teixeira/G1Clique para ampliarEstupro coletivo ocorreu em banheiro do ginásio poliesportivo de Pajeú do PI.(Imagem:Ellyo Teixeira/G1)Estupro coletivo ocorreu em banheiro do ginásio poliesportivo de Pajeú do PI.

O crime aconteceu na noite de terça-feira dentro do banheiro de um ginásio poliesportivo em Pajeú, a 460 km de Teresina. A mãe da garota chegou a flagrar o estupro e tentou impedir que os rapazes fugissem, mas não conseguiu. A adolescente estava despida e foi levada desacordada ao hospital. Três adolescentes estão apreendidos e um homem preso suspeitos de terem cometido o crime.

A mãe da vítima contou que morou em São Paulo por muitos anos e que voltou ao Piauí há apenas um ano para cuidar da mãe idosa. Com o crime sofrido pela filha, o sonhado retorno à terra natal se tornou um transtorno inimaginável. “Sempre quis voltar para minha terra para cuidar da minha mãe idosa. Estamos aqui há um ano o sonho se tornou um pesadelo depois do que aconteceu com minha filha”, contou para o G1.

Apesar do sofrimento relatado, a mulher ainda guarda bons sentimentos para as mães do quatro jovens que são apontados pela Polícia Civil e Ministério Público como os autores do estupro coletivo. “Estou sofrendo, mas também imagino o sofrimento da mãe dos suspeitos. Eu pelo menos tenho minha filha aqui ao meu lado. Já as mães dos outros quatro não estão podendo contar com eles nesse momento”, disse.

Para o promotor de Justiça Márcio Carcará, o testemunho da mãe e o laudo do exame de corpo de delito comprovam que houve de fato o crime. Baseado nessas provas, o Ministério Público pediu a prisão preventiva do maior preso pelo estupro e a internação dos outros três adolescentes suspeitos no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP), em Teresina.

Imagem: Ellyo Teixeira/G1Clique para ampliarDelegado Yan Brayner, responsável pelas investigações.(Imagem:Ellyo Teixeira/G1)Delegado Yan Brayner, responsável pelas investigações.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Yan Brayner, os jovens foram transferidos para Teresina na tarde desta quinta-feira.

“É um crime que chocou a população de quase 4 mil habitantes. Todos estão apavorados e estes suspeitos devem ser transferidos com urgência, até porque ainda estamos no calor da emoção de tudo que aconteceu”, falou o delegado.

Contradição entre suspeitos
Na quarta-feira (8), o Ministério Público pediu a prisão preventiva do maior e a internação dos outros três adolescentes no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP), em Teresina. Os suspeitos são três adolescentes, dois de 17 anos e um de 16 e ainda um jovem de 18 anos.

De acordo com o delegado Yan Brayner, pelos depoimentos dos quatro suspeitos ficou confirmada a prática do estupro oral na garota, mas alegam que tudo aconteceu com a permissão da adolescente. No entanto, depoimentos da mãe, de dois policiais militares e do vigia de um prédio próximo ao ginásio, dão conta de que a menina estava desacordada e não esboçava nenhuma reação quando foi encontrada.

Imagem: Beto Marques/G1Clique para ampliarVítima chega à Gerência de Polícia do Interior para prestar depoimento.(Imagem:Beto Marques/G1)Vítima chega à Gerência de Polícia do Interior para prestar depoimento.

“Os depoimentos enfraquecem essa defesa deles de que o ato foi consensual, já que a menina estava desacordada e não esboçava reação alguma”,
falou o delegado. Outras pessoas ainda serão ouvidas na Delegacia de Canto do Buriti, onde as investigações estão concentradas.

O promotor de Justiça Márcio Carcará, responsável pelo caso, afirmou que em depoimento, os jovens apresentaram versão conflitantes. “Eles dizem que estavam no ginásio e começam a beber. Os argumentos são contraditórios, não batem. Tentam descredibilizar a versão da vítima, mas o laudo do exame do corpo de delito assevera o que de fato aconteceu”, disse Carcará.

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Tópicos: crime, jovens, estupro