Estudante de medicina suspeito de estuprar irmãs e primas continua foragido sete meses depois de ind

07/05/2022 08h46


Fonte G1 PI


A Polícia Civil do Piauí informou que continuam as buscas pelo estudante de medicina, de 22 anos, suspeito de estupro de vulnerável contra duas irmãs e duas primas. Neste sábado (7), completa sete meses que a Justiça expediu mandado de prisão contra ele.

O jovem é considerado foragido e seu nome e foto foram divulgadas na Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). 

As vítimas, de 3 a 15 anos na época, revelaram para a mãe e tia os abusos, que ocorriam entre jogos e brincadeiras, principalmente dentro do quarto do estudante, que morava com o pai, a madrasta e as duas irmãs.

A coordenadora da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Lucivânia Vidal, não quis dar detalhes sobre o caso, mas afirmou que ele continua sendo procurado e que não apareceram outras vítimas, que ela atribui à condição de foragido.

"A Polícia nunca deixou de buscá-lo. O mandado está em aberto. Não posso dizer que existem mais vítimas ou não, porque como não houve a prisão dele, a vítima também está acuada. Quando é preso há vítimas que nunca vão expor o que aconteceu com elas, imagina quando está solto", declarou a delegada.
Em outubro de 2021, a Polícia Civil do Piauí indiciou o estudante de medicina em três inquéritos por estupro de vulnerável contra as irmãs de 3 e 9 anos e uma prima de 13 anos. Contudo, o Ministério Público do Estado retornou com os processos para a Polícia Civil pedindo para juntá-los em um só.

Um quarto inquérito que trata dos abusos contra uma das primas, de15 anos, foi instaurado pela Delegacia de Luís Correia, Litoral do Piauí, mas como os envolvidos são de Teresina, uma portaria da Delegacia Geral devolveu o inquérito para a DPCA. Os abusos teriam acontecido durante viagens à praia com a família.

O caso das irmãs e primas do estudante já está na Justiça, por se tratar de exploração sexual infantil tramita em segredo.

Uma jovem, prima do estudante, também se diz vítima do rapaz e hoje tem 19 anos. Ela não queria denunciar o caso, mas a Polícia Civil abriu um inquérito e os relatos estão sob investigação.

Processo está em andamento na Justiça

O advogado da família das vítimas, Rodrigo Araújo, informou ao g1 que o processo está em andamento, apesar da velocidade ser menor do que gostaria, pelo o réu estar foragido.

“A gente tem acompanhado, mas não temos muitas movimentações na justiça, justamente porque ele está foragido e infelizmente tem um sistema que ainda é muito moroso, como um todo”, afirmou.

Ele destacou que a família das vítimas lutam para que os crimes não caiam no esquecimento e critica a ajuda dos parentes do estudante por mantê-lo financeiramente em fuga.

“O que a gente quer é que esse caso não perca voz, para que não venha a cair numa vala comum de mais um crime. E é o que está acontecendo, infelizmente. Com ele está foragido, a gente termina por perceber que os crimes que ele cometeu contra pessoas, crianças diferentes, estão beirando a impunidade. E a gente sabe que a família paterna e materna, estão ajudando ele a se manter foragido nesses sete meses, além dos custos do processo, já que constituiu advogado”, afirmou Rodrigo Araújo.

"Em relação a buscas, fugas, a defesa não tem nenhum contato, conhecimento desse tipo de questão. Não é a incumbência da defesa ficar acompanhando isso. Nosso dever é processual”, complementou o advogado de defesa.

Ele confirmou que as respostas às acusações foram todas apresentadas dentro do prazo legal.

O advogado Eduardo Faustino, que faz a defesa do estudante, não quis comentar sobre as críticas da acusação.

“As audiências já foram designadas. A gente está acompanhando tudo. O processo é sigiloso, eu não posso entrar em detalhes de mérito, mas as questões processuais estão ocorrendo normalmente”, declarou Faustino.

O advogado das vítimas ressaltou que continua com esperança da polícia encontrar o estudante para que ele responda a todas as acusações.

“A gente não perdeu as esperanças, porque é como a gente está a todo momento falando: ele está há sete meses foragido. Ele não está há sete meses vivendo e passeando bem por aí não. Ele está escondido. Muito bem escondido. Imaginamos nós. E nós não vamos parar. Enquanto ele não for encontrado, enquanto não for preso, enquanto o processo ainda estiver em seus trâmites iniciais a gente não vai se calar”, finalizou Rodrigo Araújo.

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