Ex-procurador teria desviado mais de R$ 8 milhões; familiares são presos

25/10/2016 07h24


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução/TV ClubeBusca e apreensão foram realizadas na casa do ex-procurador-geral.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Busca e apreensão foram realizadas na casa do ex-procurador-geral.

O ex-procurador-geral de Justiça do Piauí, Emir Martins Filho, e pelo menos quatro pessoas de sua família foram presos nesta segunda-feira (24) suspeitos de corrupção. De acordo com Rômulo Cordão, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o ex-procurador era responsável por coordenar um esquema que desviou mais de R$ 8 milhões em fraudes nas folhas de pagamento dos servidores. Emir Martins foi preso na madrugada desta segunda por policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Ministério Público Estadual investiga o ex-procurador por lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha. No total, devem ser cumpridos 12 mandados de prisão temporária. O ex-procurador, um filho, a nora, a atual esposa e uma ex-mulher já estão presos em Teresina no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (QCG). Além de Teresina, a operação acontece em Picos e nos estados do Tocantins e Ceará. A reportagem do G1 esteve no QCG, mas não conseguiu localizar os advogados dos presos. As prisões são de caráter temporário.

"Existiam duas folhas de pagamento no MP, durante a gestão do ex-procurador: uma que era apresentada ao TCE e aos órgãos de controle e outra que era enviada ao banco para fazer o pagamento",
detalhou.

Ainda conforme Rômulo Cordão, nenhum servidor do MP estaria envolvido no esquema fraudulento e todas as pessoas que recebiam um valor a mais tinham ligação familiar com o ex-procurador. O Gaeco pediu na Justiça a indisponibilidade dos bens imobiliários, bloqueio de contas bancárias e a apreensão dos veículos de Emir Martins.

Há seis anos o ex-procurador vem sendo investigado por peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha ou bando. Denominada Operação IL Capo (que quer dizer O Chefe), a ação foi deflagrada do próprio Ministério Público Estadual após relatório do Processo de Controle Administrativo Lavrado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em 2010.

O relatório do CNMP apontou que auditoria realizada na folha de pagamentos dos servidores públicos do MP identificou desvio de dinheiro público no período de gestão do ex-procurador-geral de Justiça do Piauí, entre novembro de 2004 a novembro de 2008.

Para o promotor de justiça Rômulo Cordão, Coordenador do Gaeco, a operação evidencia que CNMP e MP estão engajados no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, preocupados com a boa gestão pública, servindo a sociedade com excelência e dedicação. A operação foi denominado "Il Capo"

A defesa do ex-procurador-geral de Justiça do Piauí foi procurada, mas ainda não foi localizada para comentar o caso.