Falta de água: abertura de comportas gera divergência entre prefeitos no Sul do Estado
29/10/2019 23h02Fonte Cidadeverde.com
Imagem: Divulgação/Nathan Carvalho
O município de Curimatá, localizado a 779 km de Teresina, pediu à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semar) a abertura das comportas da barragem de Algodões II. O município enfrenta uma grave seca e passa por dificuldades no abastecimento de água. Algumas áreas da cidade estão 100% sem água.
A abertura das comportas é a alternativa para evitar o sofrimento das famílias de Curimatá, mas causa apreensão no município vizinho de Júlio Borges. De acordo com o prefeito, Eduardo Henrique, há o temor de que a cidade de Júlio Borges passe a enfrentar problemas no abastecimento. Ele pede que a Semar autorize o fechamento das comportas. A barragem fica localizada entre as duas cidades.
“O prefeito de Curimatá pediu a abertura das comportas de Algodões II para atender aquela cidade. É uma grande preocupação porque todos os anos que a água é liberada, baixa muito o nível da barrageme acaba prejudicando o abastecimento de água em Júlio Borges. Isso causa preocupação porque o local de captação, onde a bomba capta a água, já está quase vazia. Pedimos para que a Semar fiscaliza melhor essa situação. É um desperdício de água muito grande em um período de seca. Tememos que essa água faça falta também no futuro. É a política do tapa-buraco. Com essa situação, corre o risco das duas cidades ficarem sem água”, afirmou o prefeito.
A posição do prefeito de Júlio Borges provocou reações do prefeito de Curimatá, Valdecir Júnior. Segundo o prefeito de Curimatá, o vizinho estaria sendo egoísta.
“Não posso deixar o povo de Curimatá sem água. O prefeito de Júlio Borges tem sido egoísta. Não temos outra solução a não ser a barragem de Algodões II. Ela fica situada a 7 km acima da sede de Curimatá. Foi construída para dentro do leito do riacho Curimatá. Em 2017, a cidade foi abastecida por carros-pipas. Agora a Defesa Civil diz não ter condições. É bom lembrar que a barragem fica no território de Curimatá. Foi construída para atender a cidade e depois Júlio Borges”, declarou.
Nesta quarta-feira (29), um técnico da Semar deve chegar ao local para vistoriar a barragem. A vazão de água deve ser reduzida em 80% do que foi aberto. Com isso, o prefeito Valdecir diz não haver risco de abastecimento.
“É um mar de água. Nem que passasse um ano aberta não faltaria água para Júlio Borges. O que vai ficar aberto vai ser suficiente para manter o abastecimento. A solução seria a construção da adutora. O valor é de R$ 27 milhões, mas o governador disse não ter condições. Estamos aguardando via Ministério do Desenvolvimento Regional e via Codevaspi”, afirmou.
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