Falta de médicos no feriado faz gestante ser transferida após 24h de trabalho de parto
02/01/2018 08h38Fonte Cidadeverde.com
Reformada recentemente, a maternidade do Buenos Aires, zona Norte de Teresina, parece já enfrentar problemas com a escala de médicos obstetras. A professora Ana Valéria Carvalho, grávida de 40 semanas, deu entrada ao meio-dia de ontem (31) em trabalho de parto e foi informada, após algumas horas, de que haveria falta de médicos durante a noite."Quando demos entrada, ela foi atendida por duas obstetras. Uma delas disse que teria que fazer uma cesária porque não teria obstetra no outro plantão, mas minha esposa queria parto normal e decidimos aguardar. Ainda fizeram a indução do parto com remédios de 6 em 6 horas, no entanto, hoje de manhã, a médica parou a indução porque não teria como fazer o parto sem ajuda", conta o marido de Ana Valéria, o vendedor Marcos Vinícius Machado.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, ele acrescentou que a obstetra do plantão desta segunda-feira (1º) pediu a transferência da gestante para a maternidade do Satélite, na zona Leste. "Eu fui para a maternidade do Buenos Aires por indicação, por ter sido reformada agora e ter tudo novo, nunca imaginei que seria assim", afirma.
O vendedor disse temer pelo bem estar da filha, a pequena Manoela, que deve nascer nas próximas horas. "Ela já tem 24 horas de trabalho de parto, qualquer coisa pode acontecer. Estou tornando isso público para que não aconteça com outros pais", declarou.
O cidadeverde.com entrou em contato com o médico obstetra plantonista na noite deste domingo (31), João de Deus que reforçou que as equipes não estavam completas em todas as unidades. Segundo ele a MDER recebeu pacientes de diversas unidades.
"No promorar não havia neonatologista, na maternidade do Satélite e Wall Ferraz não havia anestesiologista e no Buenos Aires transferiram os pacientes. Posso confirmar que não havia médicos na noite de plantão nestes três locais", denuncia o médico.
FMS nega falta de médicos
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) se pronunciou através de nota negando a falta de médicos e afirmando que o plantão elaborado está sendo respeitado em todas as unidades.
2 obstetras
1 neonatologista
1 anestesista
1 cirurgião
2 clínicos
2 pediatras
1 dentista
3 enfermeiros
20 técnicos
3 recepcionistas
2 agentes de portaria
1 maqueiro
1 policial
A nota informa que a paciente veio transferida do Buenos Aires com aproximadamente 40 semanas e fazia uso de medicação pra indução de parto normal. Aguardando. Se até o final do dia não houvesse evolução, seria feita a cesaria.
"Todas as maternidades são apoiadores do parto normal, Cesária só em último caso e com indicação. Paciente quer fazer Cesária e a determinação do Ministério da Saúde é parto normal. Cirurgia só se não for possível normal. A maternidade do Buenos Aires lotada porque ontem a Evangelina Rosa transferiu pacientes para lá e também recebeu muitos pacientes de Timon", conclui a Fundação.
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