FamÃlia de cabo do Exército morto espera há 11 anos pelo julgamento de advogado
27/07/2021 07h00Fonte G1
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A prisão do advogado Jefferson Moura Costa, suspeito de estuprar uma faxineira em seu apartamento na Zona Leste de Teresina, trouxe a esperança por justiça para a família do cabo do Exército Arione de Moura Lima, assassinado há 11 anos no município de Picos, Sul do Piauí. Jefferson responde pelo homicídio, mas nunca foi julgado pelo crime. O G1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito.
Arione de Moura Lima tinha apenas 22 anos quando foi assassinado no dia 25 de abril de 2010, por volta das 19h45min, com um tiro no tórax. O advogado Jefferson Moura foi denunciado à Justiça pelo crime, chegou a ficar preso por alguns dias, mas logo foi solto e desde então nunca foi julgado.
Há 11 anos a família espera pelo julgamento. Com a recente prisão do advogado pelo crime de estupro da faxineira, além das denúncias de importunação sexual em mais quatro mulheres, e agora a família de Arione Lima espera que acusado pelo homicídio vá a julgamento.
Um familiar de Arione Lima, que preferiu não se identificar, explicou ao G1 como o crime ocorreu. Ele informou que o advogado era amigo da família, chegava a andar na casa da vítima, pois era próximo do pai de Arione. Uma briga entre o pai da vítima e o advogado teria motivado o crime.
“O pai do Arione e o Jefferson eram muito próximos, até que tiveram uma discussão em um bar e alguns dias depois aconteceu o crime. O Arione chegou em casa, estacionou a moto e foi conversar com uns amigos que estavam na rua, próximo à casa dos seus pais. O Jefferson estava passando de carro no local, estacionou o veículo e chamou o Arione, que foi até ele. As testemunhas disseram que o Arione chegou a colocar o braço no capô do carro. Aí ele [Jefferson] sacou a arma e deu um tiro”, afirmou.
A vítima chegou a correr para tentar entrar em casa, mas não conseguiu e caiu em um terreno baldio localizado ao lado da sua residência. Logo após o crime, o suspeito fugiu e somente se entregou alguns dias depois, quando já tinha passado o flagrante.
“Ele alegou legítima defesa, mas haviam testemunhas nas ruas, e em nenhum momento o Arione tinha tido algum tipo de rixa com ele”, afirmou o familiar.
A família acredita que o advogado Jefferson Moura planejava alvejar a irmã da vítima. “Foi uma discussão que ele teve com o pai da vítima e acabou usado esse motivo para ferir a família. Antes do crime ele chegou a ligar para a irmã de Arione, para saber onde ela estava. Acredito que a ideia inicial era tirar a vida da irmã. Ele já estava vigiando a família e quando o Arione chegou em casa, se aproveitou para fazer isso”, contou.
Com medo do advogado, logo após o crime a família foi embora de Picos.
“No bairro em que a família morava em Picos, todas as pessoas temem por ele, principalmente pelos crimes que ele cometeu e pelos que ele responde. Essa insegurança levou a família a sair da cidade. A gente sentiu pressão de tomar uma decisão que garantisse a segurança da família. Não poderíamos expor alguém, de sair e esbarrar com ele”, declarou o parente do cabo.
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