Familiares de garota baleada pelo pai vão a DP e fazem relatos para delegado
02/12/2015 16h16Fonte Cidadeverde.com
Familiares da adolescente de 16 anos baleada pelo pai Francisco Firmino de Assis Filho, na última quinta-feira (26), foram ao 10º Distrito Policial (Bela Vista) prestar depoimento na manhã desta quarta-feira (02), no bairro Morada Nova, Zona Sul de Teresina. A jovem declarou à mãe Maria Deusa Ferreira que não quer mais o nome de seu pai em seu registro de nascimento. A menina permanece internada na UTI do Hospital Urgências de Teresina, sem previsão de alta.De acordo com a mãe, a menina está muito abalada com tudo o que aconteceu e ainda fala pouco sobre o ocorrido. Porém, ela já declarou o desejo de não ter mais o nome do suposto agressor em seus documentos. "Ela disse para gente que não gosta do pai e que não quer mais o nome dele porque ele disse coisas horrorosas para ela. O carinho dele nunca foi de pai, mas de homem para uma mulher. Ele desconfiava que ela não era filha dele e chegou até a pedir exame de DNA, mas depois registrou a filha. Ela é filha biológica dele. Isso eu posso garantir", disse a mãe.
Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliarFrancisco Firmino de Assis Filho, suspeito de aliciar adolescente.
Maria Deusa disse ainda que a filha mudou drasticamente seu comportamento há cerca de sete meses, logo após o pai ter registrado a filha.
Uma das possíveis investidas do suspeito contra a adolescente teria sido um convite para morarem juntos.
"Um dia eu percebi que minha filha estava muito travada, sem querer contato com a família e os amigos e eu disse que era amiga dela e ela poderia me contar tudo. Então, ela me falou as coisas horrorosas que ele dizia. Ele nunca fez nada físico com ela, mas era um aliciamento verbal, que depois passou para ameaças, caso contasse alguma coisa para gente ou para a polícia", disse a diarista.
O aliciamento, segundo a mãe, ocorria quando o pai levava a filha ao cinema e ao shopping. Deusa Ferreura conta nunca ter desconfiado de nada até a filha revelar que era aliciada com roupas e bichinhos de pelúcia.
Medo
A avó da adolescente, Maria Dalva Ferreira, disse ainda que teme vingança por parte do suspeito ou por algum possível comparsa de Firmino.
"Esses dias tinha um carro rondando perto da minha casa. Nós temos medo, pois onde ele comprou essa arma, pode existir alguém que possa fazer alguma coisa a mando dele contra qualquer um de nós ou contra a filha dele novamente. Estamos com muito medo, apavorados e não queremos que ele seja solto nunca mais, porque ele é capaz de tudo", disse a avó.
Estado de saúde
A mãe da adolescente declarou que a jovem deve deixar a UTI do hospital em uma semana, mas não há prazo para que saia do hospital. Segundo ela, os médicos informaram que seu quadro é estável e tem evoluído, mas que as lesões foram graves e que ela não será a mais a mesma pessoa quando deixar o hospital.
A mãe disse ainda que a garota pede para comer e beber água, o que ainda não é possível, por conta das lesões no abdômen. Segundo a família, os médicos informaram que ela voltará a comer, mas precisará de uma alimentação especial. Além disso, há a lesão no joelho que também poderá deixar sequelas.
"Ela continua no soro e pede para comer algumas coisas, mas a gente não pode dar. Os médicos ainda não liberaram. Como mãe, eu não estou feliz, mas sinto que ela tem melhorado a cada dia", desabafou a diarista.
O agente de Polícia Civil Chagas Lima, responsável pelo inquérito que apura o crime de tentativa de homicídio contra a jovem, declarou que deve colher o depoimento da vítima nesta quinta-feira (02). Segundo ele, a família falou que a menina está consciente e é capaz de relatar os possíveis aliciamento e ameaça por parte do suspeito.
Depoimento de vizinhos e amigos da família devem ser decisivos. "Nós já ouvimos a família da adolescente, sendo a mãe, a avó e uma tia, que revelaram muita coisa. O que me chamou a atenção foi essa proposta de morarem juntos. A mãe disse que o suspeito tinha intenção de alugar uma casa e levar a menina. Entre as ameaças que ele fazia...teria dito inclusive que tocaria fogo na casa dela. O que vamos fazer agora é ouvir vizinhos e amigos, porque há relatos de que ele forçaria ela ficar na rua com ele até 3h da madrugada. Além disso, os vizinhos dizem que eles não pareciam pai e filha e sim um casal de namorados. Pra mim, esse é um caso claro de aliciamento, mas isso vai ser investigado depois", disse.
O policial civil informou ainda que ele já tem diversas passagens pela polícia por agressão, ameaças e estelionato, além de um processo iniciado na Delegacia de Entorpecentes.
Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook