Fapepi investe em projeto no semiárido piauiense para recuperação da biodiversidade do solo
12/03/2024 10h58Fonte Governo do PiauÃ
Em meio ao cenário do semiárido piauiense, um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) está trazendo esperança e conhecimento para a região. Intitulado “Revegetação como Estratégia de Recuperação da Biodiversidade em Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas e Redução da Vulnerabilidade Climática (Urad) no Semiárido Piauiense”, o projeto tem como objetivo central estudar a biodiversidade do solo em áreas sujeitas à degradação e explorar o potencial de estratégias de recuperação, como o uso de cordões de pedra e revegetação, para restaurar as propriedades biológicas do solo.Atualmente, a região nordeste enfrenta desafios significativos relacionados à desertificação e degradação do solo, afetando estados como Piauí, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No Piauí, os estudos avançados estão sendo executados nas regiões de Gilbués e Santo Antônio de Lisboa.
Imagem: DivulgaçãoNo Piauí, os estudos estão sendo executados nas regiões de Gilbués e Santo Antônio de Lisboa.
Em Gilbués, os estudos concentram-se na monitorização da biodiversidade do solo, enquanto em Santo Antônio de Lisboa, a área foi contemplada com a implantação da Urad, local onde são realizadas as coletas e monitoramentos do solo para análises posteriores. O projeto é conduzido por uma equipe multidisciplinar, envolvendo professores, alunos de graduação e pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), além da colaboração de pesquisadores de outras instituições brasileiras, como a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e Universidade de São Paulo (USP), bem como da University of Groningen.
As análises do solo são realizadas no Laboratório de Microbiologia do Solo da UFPI, enquanto o sequenciamento do DNA é conduzido na UFC. Até o momento, os resultados obtidos revelam um quadro preocupante de degradação do solo, caracterizado pela redução da atividade biológica, diminuição da diversidade microbiana e alteração na comunidade de bactérias e arqueias.
Imagem: Divulgação
Apesar dos desafios, o projeto tem revelado avanços promissores. A implementação de estratégias de revegetação e utilização de cordões de pedra demonstra potencial na recuperação das propriedades biológicas do solo. No entanto, o tempo desde a implementação do projeto, em 2019, foi insuficiente para promover uma recuperação completa.
Para o professor da UFPI, Ademir Sérgio, que encabeça o estudo, além do impacto ambiental e científico, o projeto tem relevância social ao destacar a importância da preservação da vegetação do solo e, por conseguinte, da biodiversidade. Para o pesquisador, que foi considerado um dos mais influentes do mundo pelo ranking elaborado pela Universidade de Stanford (Califórnia, Estados Unidos), do ponto de vista científico, o projeto também contribui para a formação de recursos humanos em pesquisa.
Saiba mais sobre o projeto:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0301479723025343
https://link.springer.com/article/10.1007/s11104-024-06489-x
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