Filas em hospitais diminuem no PI com chegada de médicos cubanos
06/12/2014 08h25Fonte G1 PI
Imagem: Reprodução/TV ClubeSão seis cubanos participantes do programa Mais Médicos em Cocal.
Desde o ano passado, cidades do interior do Piauí possuem médicos estrangeiros atendendo os moradores. Ao todo são seis cubanos participantes do programa Mais Médicos, do governo federal. Há pouco mais de um ano o médico cubano Osmayki Pecorre, percorre quase todos os dias, nove comunidades rurais do município de Cocal. “Nesta população encontramos muitas pessoas que estão com hipertensão, uma pressão alta, que eles não tinham conhecimento”, disse.
De acordo com o Ministério da Saúde, 11.429 médicos cubanos trabalham, atualmente, em todos os estados do país. Municípios que não foram escolhidos pelos brasileiros no programa mais médicos. Na primeira etapa, o Piauí foi o estado que recebeu o maior número de profissionais do programa. Atualmente, a maioria dos municípios é atendida pelo mais médicos. São 317 profissionais, sendo que 281 deles são cubanos e seis estão em Cocal.
O município de Cocal fica no interior do estado e não tem, sequer, saneamento básico. É nesta cidade que os cubanos Osmayki e Ariana começaram a trabalhar esta semana. No primeiro dia de trabalho de Ariana, o posto de saúde ficou lotado.
O que chama atenção agora nos postos de saúde do município é que não há mais filas. Os moradores, sabendo que vão encontrar médico quase que todos os dias da semana, deixaram de vir durante a madrugada e todos de uma só vez.
A lavradora Francisca Messias da Silva é paciente do doutor Osmayki. e resumiu o sucesso do programa em Cocal. “Desde o começo quando ele passou um remédio para mim que tenho sentido a melhora”, falou.
Falta estrutura no hospital
Cocal só tem um hospital público para atender a população de pelo menos quatro municípios da região, que totaliza 42.172. São nove enfermarias com vinte e oito leitos. A técnica de enfermagem Iraci Pereira Veras, lamenta o pouco que podem fazer pelos pacientes que chegam aqui. “A gente se sente meio mal porque muitas vezes a gente vê uma pessoa morrendo sem poder fazer nada”, relatou.
Não é possível fazer nenhum tipo de exame. O aparelho de raio-x está desativado. Uma das salas do centro cirúrgico é usada como depósito. Só é possível fazer pequenas suturas. “Aqui nem ganhar neném, as mulher aqui num ganha”, falou a agricultora Madalena Ferreira da Silva.
Quando chega um caso um pouco mais complicado os profissionais chamam a ambulância para transferir o paciente pra um município vizinho, que fica a mais ou menos cem quilômetros de Cocal. Num dia mais movimentado esta ambulância chega a fazer cinco viagens. A administração do hospital passou para as mãos da prefeitura de Cocal em 2009 dentro de um programa do estado de municipalização de unidade de saúde.
Cinco anos depois, as autoridades locais reconhecem que não tem dinheiro para melhorar o atendimento, mesmo com o repasse mensal de R$ 51 mil do estado. Inês Viana, diretora do hospital, falou em nome da prefeitura. “O município não tem condições de manter o hospital com urgência e emergência porque o custo é muito alto”, argumentou.