Fraudadores de concursos no PI cobravam R$ 25 mil por gabarito; 13 policiais foram presos

10/05/2017 08h41


Fonte G1 PI

O delegado Kleydson Ferreira, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), revelou durante coletiva nesta terça-feira (9) que a quadrilha suspeita de fraudar concursos públicos no Piauí cobrava R$ 25 mil pelo gabarito de provas. Ao todo, 23 mandados de prisões foram cumpridos durante a Operação Infiltrados, sendo 13 policiais civis e dois agentes penitenciários entre os presos. As prisões ocorreram no Piauí, Ceará e Pernambuco.

"Alguns policiais civis forneciam informações privilegiadas, outros faziam as cobranças ou eram beneficiados com a fraude. Para ter acesso ao gabarito via SMS, os candidatos deveriam pagar o valor do salário de agente, que era de R$ 2.500, multiplicado por 10. Ao todo era cobrado R$ 25 mil por pessoa, que deveriam ser pagos após aprovação no concurso", explicou.
Imagem: Divulgação/Polícia CivilDelegados explicam como esquema de fraude funcionava.(Imagem:Divulgação/Polícia Civil)Delegados explicam como esquema de fraude funcionava.

Conforme a polícia, a investigação iniciou ano passado a partir de delações de investigados na operação que prendeu suspeitos de fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí. A partir das informações foi realizada uma análise no gabarito do certame para agente da Polícia Civil, aplicada em 2012, e os beneficiados identificados.

"As provas de seis candidatos foram comparadas e elas tinham o mesmo número de erros e acertos, isso foi primordial para a prender essas pessoas. Em busca de mais provas, solicitamos a quebra de sigilo dos telefones dessas pessoas e foi constatado que estavam vinculadas, pois trocaram mensagens antes e durante a aplicação da prova",
acrescentou o delegado Kleydson Ferreira.

Segundo o delegado geral Riedel Batista, foi feita uma análise de todos os aprovados no concurso da Polícia Civil e identificados 13 agentes beneficiados com o esquema. Além dos policiais, 10 pessoas foram presas e alguns deles são investigados em fraudes no concurso do Tribunal de Justiça do Piauí.

"Alguns dos policiais aprovados respondem processo disciplinar na Corregedoria, provando mais uma vez que não têm preparo para exercer o cargo. Eles devem ser expulsos da coorporação", afirmou Riedel Batista.

O diretor do Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe), Jorge Martins, afirmou que a fraude nos concursos se dava fora da banca examinadora, através dos candidatos.


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