Funcionários da Agespisa aprovam paralisação e ameaçam greve geral
13/04/2015 15h20Fonte 180graus
Imagem: FlorianoNewsClique para ampliar
Em Assembleia Geral, realizada na manhã desta segunda-feira (13), os trabalhadores da Agespisa aprovaram, por unanimidade, paralisação de 24 horas, para o dia 15/04 (quarta-feira), contra o projeto do Governo do Estado de criar um instituto autárquico e com isso extinguir a Agespisa, colocando também em xeque o saneamento básico no Piauí.
O Sindicato dos Urbanitários se reuniu com governador Wellington Dias, no último dia 6, para tratar sobre o assunto e o governador mostrou a real intenção de criar um instituto. A diretoria do sindicato, acompanhada por um corpo técnico da empresa, apresentou soluções viáveis para a revitalização da empresa, com dados concretos sobre saneamento.
“O Piauí está entre a elite do saneamento básico no Brasil em relação à cobertura de abastecimento de água e ainda está com obras em andamento para melhorar significativamente o tratamento de esgotamento sanitário”, afirmou Francisco Marques, vice-presidente do SINTEPI. Durante a reunião, foi colocado ainda que os empregados não são os responsáveis pela situação na má qualidade dos serviços e nem pelas dificuldades econômicas financeiras pelas quais passa a empresa.
Mesmo após os argumentos e a exposição do diagnóstico da empresa feita pelos técnicos, o Governador Wellington Dias afirmou que a única saída que ele tem em mãos para resolver a situação do saneamento básico, através de novos investimentos, é criar um instituto autárquico. “Nós do sindicato não concordamos com a criação de mais um órgão, pois recentemente a administração pública direta teve problemas financeiros gravíssimos, com conjunturas de governos irresponsáveis, então não é criando um órgão público estadual nestas condições que irá resolver os problemas das ingerências e da falta de responsabilidade de gestores”, afirmou Marques.
O presidente do Sindicato, Francisco Ferreira, colocou durante a reunião para o governador, que os grandes problemas da Agespisa são as questões estruturais, onde sequer o estado tem um Plano Estadual de Saneamento, Agência Reguladora de Serviços Públicos, um plano estratégico para a empresa de saneamento, entre tantos outros descasos. E ainda se não bastasse, a empresa tem ingerências políticas que influenciam na contratação de serviços, na maioria das vezes, desnecessários e super faturados; excesso de diretorias; excesso de assessorias; excesso de comissionados e terceirizados; compras de materiais super faturadas, locação de veículos mal dimensionada e uma grande parte de pessoas extraquadro sem a qualificação adequada para gerir os serviços.
Em suma, ao final da reunião, o sindicato colocou as consequências danosas que a criação do instituto trariam para os empregados, inclusive deu como exemplo a situação dos antigos empregados da COHAB, hoje na Emgerpi, que ficaram vulneráveis e tiveram perdas dos seus direitos. “O sindicato está disposto a lutar, até as últimas consequências, para defender o ponto de vista dos trabalhadores no sentido de buscar uma saída para a situação do saneamento do estado sem que seja preciso extinguir a Agespisa”, disse Ferreira.
A data da paralisação dos trabalhadores da Agespisa é também de mobilização nacional contra a PL 4330, que regulamenta a terceirização no Brasil. Os trabalhadores da Agespisa também unirão forças a este movimento e dirão não ao projeto.
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