Garoto é humilhado ao oferecer bombons e caso viraliza nas redes sociais
21/01/2020 16h20Fonte Cidadeverde.com
Imagem: Instagram/familiatrufas
A noite do último domingo (19) jamais irá sair da cabeça do pequeno Luiz Neto, de 11 anos. Ele vende bombons de chocolate em bares e restaurantes localizados na rua de sua casa, no bairro Buenos Aires, zona Norte de Teresina. O objetivo, como o de muitos brasileiros, é ajudar no sustento da família com uma renda extra. O garoto se aproximava de uma família quando, segundo o seu pai, ouviu um comentário que mudaria a sua vida.
“Em uma dessas mesas tinha uma mãe com duas filhas e, ao se aproximar, ele escutou a mãe dizendo para as filhas estudarem ou ficariam igual ao meu filho vendendo bombons, como se a vida dele se limitasse só a isso. Como se ele fosse ser vendedor de bombom a vida inteira”, afirmou o pai, Neto Moreira.
O fato aconteceu por volta das 20h30. Segundo Moreira, que trancou o curso de Direito para investir no estudo filho e no sustento da família, o garoto só vende os bombons aos finais de semana e só se for da sua vontade. A mãe é empregada doméstica.
“Na rua da minha casa fica um restaurante e uma pizzaria onde a gente sempre vende. Ele só vai para estes lugares aos finais de semana para ajudar a gente encaminhar ele na vida, e ele sentir como é que é a vida no trabalho, ganhar o próprio dinheiro dele como ele faz. Isso somente aos finais de semana em um horário curto e ao critério dele, vender ou não os bombons”, conta o pai.
Como vender em bares e restaurantes não é uma tarefa fácil, Neto Moreira lembra que a família já viveu situações embaraçosas, mas nada tão humilhante como o que correu com o pequeno Luiz Neto.
“A gente já pegou muito não, encontramos pessoas ignorantes, algumas dizem que não querem e a gente entende, mas dessa forma foi terrível. Só estava ele e a minha esposa. Ele não me disse quando chegou em casa e só falou no café da manhã. Quando ele me contou eu não vi mais o chão. Foi ele quem conseguiu me acalmar. Depois eu fiz um pequeno texto e publiquei no Instagram e foi essa repercussão”, relata.
Com o relato nas redes sociais, rapidamente o assunto viralizou. O resultado foi uma enxurrada de comentários apoiando a família. Estudante do 6º ano no Escolão do Mocambinho, o menino ganhou uma bolsa para concluir os estudos em uma escola particular. Outras empresas doaram roupas e o material escolar.
“Essa tentativa de humilhar meu filho mudou a nossa vida por completo. O que eu mais queria era que ele ganhasse essa bolsa para ele estudar e ser o que sempre sonhou: um defensor público”, ressalta o pai, que manda um recado para a família que estava na pizzaria.
"A aparência não pode ser colocada em primeiro lugar. É preciso olhar primeiro como ser humano. Temos que explorar o lado bom das pessoas. Hoje eu agradeço e peço que Deus ilumine a cabeça de pessoas assim"
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