Inteligência e pressão policial devem combater mortes violentas no PiauÃ, diz diretor da segurança
22/06/2023 09h33Fonte G1 PI
Em entrevista à TV Clube, o diretor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), Anchieta Nery, informou que o órgão vem utilizando inteligência policial, ciência de dados e pressão operacional para combater as mortes violentas no estado.Conforme o Monitor de Violência, o Piauí registrou um aumento de 19,2% no número de assassinatos no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2022.
“A gente está trabalhando com inteligência policial, ciência de dados, entendendo o que acontece, e com a chamada pressão operacional, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, pra tentar sufocar e evitar esse problema", declarou o delegado.
Segundo o delegado, a principal vítima das mortes violentas no estado é o jovem que reside em regiões periféricas e que acaba ingressando em facções criminosas. Assim, os assassinatos são causados por brigas territoriais entre essas organizações.
Além disso, Anchieta Nery destacou que a violência no trânsito também é um dos desafios da nova gestão da secretaria de segurança.
“Gente morre no Piauí em razão dessa briga por território de facções criminosas, mas também havia uma grande morte por violência no trânsito, que é um número que está fora da nossa discussão, porque, muitas vezes, é uma morte não intencional, o homicídio culposo no trânsito. O governador [Rafael Fonteles] identificou que o trânsito também era um problema que levava o piauiense a morrer jovem e houve uma intervenção, a criação de uma diretoria específica para isso, a Diretoria de Operações de Trânsito e, até maio, a gente já conseguiu reduzir em 24% as mortes no trânsito no Piauí”, disse.
Imagem: Reprodução /TV ClubeDiretor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública no Piauí (SSP-PI), delegado Anchieta Nery.
Apesar do aumento de Mortes Violentas Intencionais (MVIs) no primeiro trimestre de 2023, o diretor pontuou que houve uma redução de latrocínios e de feminicídios.
"Eu tenho uma redução de 42% nos latrocínios. É uma redução significativa, mas qualquer pessoa que morre vítima de latrocínio é uma tragédia para a gente da segurança. Eu tenho uma redução de 19% nos feminicídios", relatou Anchieta Nery.
Na entrevista, o delegado ressaltou que, no segundo trimestre deste ano, o número de MVIs vêm reduzindo no estado. Somente em maio, foi registrada uma diminuição de 30% nos assassinatos.
"Em janeiro, já começaram as intervenções da nova gestão da Secretaria de Segurança e as mudanças que a gente já começa a observar em maio e junho. [...] A partir de março, a gente já conseguiu reverter e diminuir essa quantidade de mortes”, afirmou o diretor de inteligência.
Monitor da Violência
O Piauí teve 199 mortes violentas no primeiro trimestre deste ano, uma média de duas mortes por dia. O aumento foi de 19,2% em relação ao mesmo período de 2022, quando o estado registrou 167 assassinatos. Os dados são Monitor da Violência, levantamento exclusivo do g1, divulgado nessa terça-feira (20).
O Piauí registrou o maior aumento de mortes violentas na região Nordeste e a terceira maior alta no país, ficando atrás somente do Amapá (87%) e do Acre (20,9%).
O Piauí tem aparecido repetidamente na contramão do país. No Brasil, a média mostra sucessivas reduções nos índices de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Neste último levantamento, a redução foi de 0,9%.
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