Jornalista Arimateia Azevedo volta a ser preso em Teresina
07/10/2021 08h43Fonte G1
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O jornalista Arimateia Azevedo foi preso novamente, na manhã desta quinta-feira (7), em Teresina. O Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) informou que realizou a prisão, mas não deu detalhes sobre o motivo. O g1 tentou, mas não conseguiu contato com a defesa do jornalista.
Ele já havia sido preso em 12 de junho de 2020, suspeito de extorsão, cumpriu prisão domiciliar por cerca de um mês, foi encaminhado ao sistema prisional (em espaço reservado a pessoas com ensino superior) e foi colocado em liberdade aproximadamente cinco meses depois.
Prisão revogada em 2020
A sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou em 24 de novembro de 2020 a prisão preventiva do jornalista, considerando que não havia a necessidade da extensão da prisão preventiva, visto que o crime julgado não foi praticado com violência.
O STJ já havia concedido parcialmente uma liminar para que Arimateia Azevedo pudesse cumprir prisão domiciliar. Isso porque o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) havia revogado a prisão domiciliar do jornalista e determinado que ele fosse encaminhado para o sistema prisional.
Na época foi determinado ao delegado geral da Polícia Civil que conduzisse o jornalista para um presídio, em compartimento reservado a presos com curso superior, como previsto na Constituição. Os desembargadores analisaram outro parecer do MP, em acordo com a defesa de Arimateia Azevedo, para que ele cumprisse a custódia na Acadepol.
Prisão preventiva
A prisão preventiva do jornalista foi determinada pelo juiz Valdemir Ferreira, da Central de Inquéritos, que chegou a negar o primeiro pedido de prisão domiciliar para o jornalista. Com a decisão, Arimateia deveria ser encaminhado para o presídio e ficar isolado dos demais presos, porém não foi transferido, e ficou preso no 12º Distrito Policial e em seguida na Academia de Polícia Civil do Piauí (Acadepol).
O juiz também determinou que o portal em que o jornalista atua não faça publicações relacionadas ao denunciante do possível caso de extorsão investigado; ao Greco [Grupo de Repressão ao Crime Organizado, que fez a prisão] e aos que trabalham no grupo, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia de publicação.
O professor de história Francisco de Assis Barreto, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), preso suspeito de ter sido coautor do crime, foi liberado, segundo o delegado Ademar Canabrava, do 12º distrito policial.
Justificativa
Em decisão do TJ, o texto diz que a materialidade do crime estava presente nos autos de forma "bem clara e segura" e que o relatório da polícia apresentou prints de conversas entre a vítima e o jornalista. "A narrativa da vítima encontra apoio nas provas dos autos", destacou.
O juiz avaliou que o suspeito agia de forma fria e utilizava o poder do veículo de comunicação para “sem qualquer tipo de escrúpulo, ameaçar a vítima, caso esta não lhes entregasse as quantias indevidamente exigidas”.
A decisão diz ainda que o suspeito "extrapolou o direito à liberdade de imprensa, ofendeu a honra, a intimidade, a privacidade e a imagem de pessoas, utilizando-se da liberdade de imprensa para obter lucro fácil através da prática de crimes”.
Prática habitual
O magistrado apontou ainda uma possível reincidência do jornalista no crime do qual ele é suspeito. "As investigações dão conta de que não é a primeira vez. Ao contrário, há fortes indicativos de que é prática habitual dos acusados, que parecem fazer dessa conduta sua forma usual de sobrevivência".
A decisão afirma que em consulta ao sistema eletrônico de processos do TJ-PI foi possível encontrar "diversos processos criminais" e citou casos de calúnia, injúria, difamação, ameaça e frustração de caráter competitivo de processo licitatório.
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