Laranja de bando que roubava contas bancárias foi ameaçada de morte no PI
24/11/2016 08h22Fonte G1 PI
Imagem: João Cunha/G1Cartões usados em fraudes foram apreendidos pelo Greco.
Uma pessoa que serviu de laranja para a quadrilha de hackers que fraudavam contas bancárias denunciou o esquema ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado no Piauí (Greco) ao ser ameaçada de morte pelo grupo. As ameaças aconteceram após a mulher dispor sua conta para receber a transferência e o valor ser bloqueado pelo banco, não conseguindo ela repassar o montante aos criminosos. A quadrilha foi desarticulada nesta quarta-feira (23) durante a Operação Phisers e quatro foram presos.
“A quantia que originou o inquérito foi de R$ 60 mil, debitado de uma das pessoas que emprestou a sua conta. O banco conseguiu rastrear a atividade ilícita e bloqueou o valor na conta. A organização forçava a vítima a entregar o dinheiro e como ele não tinha, tanto ele como alguns parentes, foram ameaçados de morte. Com medo, a pessoa acabou vindo ao Greco e delatou todo o grupo”, relatou o delegado Carlos Cesar Camelo, coordenador do Greco.
Ao todo serãocumpridos nove mandados de busca e apreensão e outros nove de prisões temporárias. Quatro prisões aconteceram em Teresina, Timon (MA) e Fortaleza (CE). A quadrilha vinha sendo investigada há um ano e a polícia ainda não tem a dimensão do valor movimentado e nem a quantidade de vítimas.
Os criminosos faziam vítimas em todo o país. De acordo com o delegado que conduz as investigações, os criminosos utilizavam programas maliciosos encaminhados para os e-mails das vítimas e outros meios para captar dados de contas bancárias.
"É um mercado criminoso muito lucrativo. Os valores serão calculados, pois é muito variável já que ainda não temos um número total de vítimas. Os valores são grandes. A gente vê que a dinamicidade dessa quadrilha é muito grande e todos os dias entram mais gente e são feitas mais vítimas. Mexem com ações criminosas diferentes", falou ainda o delegado.
De acordo com a polícia, após os criminosos conseguirem retirar a quantia das contas, o dinheiro era repassado para contas bancárias de outras pessoas que recebiam uma porcentagem do valor transferido e emprestavam seus cartões de crédito. Somente em uma das transações, a polícia identificou o repasse de R$ 90 mil.
Os integrantes da organização criminosa chegaram a ostentar nas redes sociais, em bares e casas noturnas de Teresina, onde gastavam numa noite de R$ 10 a R$ 15 mil.
Foram apreendidos computadores, aparelhos celulares, cartões de créditos e veículos de luxo. Uma entrevista coletiva está prevista para o final da manhã desta quarta-feira, na qual será divulgada o balanço da operação e outras informações mais detalhadas a respeito da atuação do bando.
Phishers
“Phishing” é uma forma de fraude em que o criminoso tenta apreender informações (credenciais de login ou informações de conta) por meio de e-mail ou mensagens instantâneas, bem como outros canais de comunicação. Normalmente, a vítima recebe uma mensagem que parece ter sido enviada por contato ou organização conhecida. Os phishers utilizam redes sociais e outras fontes para reunir informações básicas sobre as vítimas.
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