Livros novos de escola pública são recolhidos em 'carro de boi' no PiauÃ
12/11/2014 08h10Fonte G1 PI
Imagem: VC no G1Os homens que carregaram os livros estavam sem farda e documentação.
Uma professora da escola estadual Saturnino Moura, localizada no município de São Félix do Piauí, região sul o estado, a 157 km da capital, denunciou nessa segunda-feira (10), que um caminhão passou na porta da escola recolhendo livros novos e usados a mando da Secretaria da Educação e Cultura do Piauí (Seduc), sem a autorização da diretoria. Na escola funciona a primeira, segunda e terceira séries do Ensino Médio, além do projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ninguém da secretaria foi encontrado para comentar o caso.
A denúncia foi feita através da plataforma VC no G1 por uma das professoras da escola que preferiu não se identificar. Ela disse que os livros foram levados por um caminhão e os homens que estavam fazendo o transporte da carga não estavam fardados e não apresentaram nenhum documento.
"Era um caminhão que parece com aqueles que transportam animais. Disseram que tinham autorização do diretor, mas não apresentaram nenhum documento. Levaram livros que nunca foram usados, material novo e ainda no plástico", disse ela.
Imagem: VC no G1Clique para ampliarLivros novos e usados do ensino fundamental e médio foram recolhidos.
O diretor da escola Saturnino de Moura, Rilson José Oliveira, não estava presente durante o recolhimento dos livros. Por telefone, ele informou ao G1 que a Seduc entrou em contato de forma informal para comunicar o recolhimento sem dizer o real destino dos livros.
“Dois meses atrás a Secretaria de Educação entrou em contato com a gente comunicando que seriam recolhidos livros velhos e usados. Um caminhão passou aqui e sem se identificarem levaram livros novos e ainda embalados. O prejuízo nós não sabemos calcular porque não temos o controle de quantos livros eles levaram”, contou.
Ele disse ainda que o caminhão já estava carregado com livros de outras localidades vindos dos municípios de Prata e São Miguel. “Não sei se os alunos vão ficar sem livros no ano que vem até porque estamos em um período de transição. Os livros estão sendo reformulados e tudo indica que no próximo ano os alunos terão livros novos”.
Dúvidas sobre reforma
A professora informou também que o prédio da escola passou por uma reforma orçada em quase meio milhão de reais, mas para ela os resultados não parecem atingir a expectativa da comunidade. Sobre a obra, o diretor avaliou o resultado como uma ‘coisa grosseira’ e que o resultado não corresponde ao valor de R$ 493 mil.
“Eles vieram aqui, deixaram tomadas expostas sem nenhuma proteção, fiação de bebedouro em forma de gambiarra, trocaram algumas lâmpadas e telhas, o banheiro tem fiação exposta e o refeitório que era para ser construído, segundo eles, a área não suporta o que o projeto previa. Mandaram um arquiteto para avaliar e mais nada. Tudo parado”, disse o diretor.
A equipe de reportagem do G1 entrou em contato com a Superintendência de Ensino da Seduc, mas não obteve respostas sobre os problemas relatados.
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