Local para internação de menores infratores do Piauà não tem estrutura
24/07/2015 08h46Fonte G1 PI
Em todo o Piauí só há um lugar para internar jovens após serem sentenciados. É O Centro Educacional Masculino. No local falta estrutura, profissionais, e também atividades para esses infratores.
Um jovem de 19 anos que preferiu não se identificar, já passou pelo local e contou que a vida normal não é associada ao tratamento que recebeu no Cem. Durante um ano e seis meses de internação ele fez apenas dois cursos, de pouca duração. “Tem algumas atividades lá, mas de vez em quando, não é sempre. Deveria ter mais. Até porque não são todos que querem, e os que querem ficam bem sucedidos”, disse.
O jovem também considera que o número de sócioeducadores dentro do centro, não é suficiente, esse era o maior motivo de medo para a mãe dele. “Apesar dos que têm serem muito interessado, muito dedicado no trabalho, mas eu acho que deveria ter mais. Eu vivia pedindo a Deus que protegesse ele é protegesse também os outros”, contou.
Ele tinha 17 anos, quando entrou no Cem, e não tinha terminado ainda o ensino fundamental. Esse é o perfil dos jovens que passam pelo local. A maioria tem entre 15 e 17 anos, 76,7% deles não tem ensino fundamental, 12% são analfabetos. A maioria, 33,3%, está apreendida por roubo qualificado, 25% por homicídio e 11,1% por roubo seguido de morte.
O perfil faz parte de um levantamento da Secretaria de Assistência Social (Sasc) e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. O objetivo do levantamento é a criação do Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo do Piauí. O documento foi publicado no Diário Oficial este mês e prevê ações para os próximos dez anos. Mas, algumas são bem urgentes.
Estre as ações estão a construção de um novo cem e também um CENTRO Educacional Feminino, a reforma dos já existentes, a realização de concurso público para a contratação de agentes socioeducadores, capacitação específica para esses profissionais e a revitalização de um fundo estadual para a captação de recursos para investimento na área.//
O Plano Estadual pretende adequar a estrutura que existe no Piauí, ao que exige o Sistema Nacional Socioeducativo. A necessidade de que o estado siga o que determina o sinase, ficou ainda mais evidente, depois da morte de Gleison Vieira da Silva, no dia 16 de julho. O menor foi assassinado pelos comparsas do estupro coletivo a 4 adolescentes de castelo do Piauí. De acordo com o juíz, a sentença dos 4 adolescentes condenados pelos crime, pedia que eles fossem mantidos separados, mas a atual sede do Cem não tinha salas suficientes para isso. O secretário de assistência social do estado, disse que pretende começar a implantação do plano estadual com a reforma do Cem.
“Nós entendemos que a reforma é um paliativo, mas é necessária nesse momento. Estamos aguardando um edital feito através da Secretaria de Direitos Humanos, ligada a presidência da republica para que só após a publicação nós tenhamos condições de fazer o pleito necessário para buscar recursos e construir o novo Cem”, disse Henrique Rebelo.
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