Manifestantes são barrados na Alepi e deputados batem boca em sessão

18/03/2016 07h44


Fonte G1 PI

Em protesto contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, dois manifestantes do movimento #Vemprarua tentaram entrar nesta quinta-feira (17) no plenário da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e foram barrados pelos seguranças da Casa. A situação acirrou os ânimos dos deputados estaduais, que interromperam a sessão e começaram a bater boca.

"Acho um absurdo impedirem o povo de se manifestar na Casa do povo. Eu quero dizer para todos os deputados e governantes da base que eles estão em seus cargos para representar a vontade do povo, que hoje quer o fim do PT",
falou Adriana Sousa, organizadora do movimento.

Imagem: Fernando Brito/G1Clique para ampliarDeputado Robert Rios participa de manifestação no plenário da Assembleia.(Imagem:Fernando Brito/G1)Deputado Robert Rios participa de manifestação no plenário da Assembleia.

Em apoio aos manifestantes, o deputado estadual Robert Rios (PDT) pegou dois bonecos pixulecos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula levados pelos manifestantes e os ergueu no plenário. A deputada Flora Isabel (PT), responsável por abrir a sessão do dia, repudiou a atitude do parlamentar, enquanto os demais deputados dividiram opinião.

"Eu não tenho um mandato emprestado, nem sou suplente. Eu sou um deputado eleito pelo povo e aqui eu me comporto seguindo a vontade do povo que me elegeu. Esse mesmo povo que quer que eu faço oposição. Ela [Flora Isabel] também pode usar todos os pixulecos do mundo para se manifestar dentro dentro da Assembleia", disse Robert Rios.

Em resposta, a deputada Flora Isabel (PT) lembrou que os próprios parlamentares tinham acordo de não fazer atos dentro da Alepi.

"Nós não podemos aceitar que dentro do Parlamento aconteça manifestações como essa. Estamos todos os dias fazendo o bom combate, tanto a oposição e como a situação. Mas dessa forma não pode acontecer. Nós que fazemos a base do governo nesta casa acreditamos que ela não pode virar uma anarquia e vamos continuar lutando pela democracia, pela Constituição",
declarou a deputada.

O presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho, afirmou que a manifestação do deputado Robert Rios era válida e com base na Constituição Federal. Mesmo após o fim do ato, os parlamentares continuaram discutindo sobre o assunto e a sessão até às 13h não tinha iniciado.

Nomeação de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu como novo ministro da Casa Civil nesta quinta-feira (17). A solenidade de posse aconteceu em cerimônia realizada no Palácio do Planalto em Brasília.

No entanto, momentos após a solenidade, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu por meio de uma decisão liminar (provisória), a posse do ex-presidente (leia a íntegra da decisão).

A decisão foi tomada em ação popular movida pelo advogado Enio Meregalli Júnior, mas cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

A Advocacia Geral da União (AGU), que defende o governo na Justiça, já informou que vai recorrer ainda nesta quinta para tentar derrubar a liminar.

gio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, ter retirado o sigilo sobre ligações do ex-presidente Lula interceptadas com autorização judicial.
Em um desses telefonemas, Lula recebeu uma ligação da presidente Dilma na qual ela dizia que enviava a ele o termo de posse para que só usasse “em caso de necessidade”.

Outra ligação interceptada pela PF mostra um diálogo do ex-presidente com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), no qual o chefe do executivo estadual incentiva Lula a aceitar o cargo de ministro do governo Dilma e o ex-presidente responde que jamais iria para o governo para se proteger.

O governador Wellington Dias disse que irá avaliar junto a advogados uma representação contra o juiz federal Sérgio Moro por abuso de poder. Para Wellington, a derrubada do sigilo de ligações telefônicas suas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feriu o Código de Ética e ultrapassou sua competência como magistrado. O governador pretende acionar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e entrar com ação na Procuradoria Geral da República (PGR).

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