Mapa do Feminicídio: 84 mulheres foram mortas violentamente no Piauí

29/12/2016 10h06


Fonte G1 PI

O Mapa do Feminicídio do Piauí mostrou que 84 mulheres foram mortas violentamente no estado, entre março de 2015 e agosto deste ano. Do total, 50 das vítimas teriam sido assassinadas por questão de gênero. A pesquisa elaborada pela Secretaria de Segurança foi divulgada nesta quarta-feira (28).

A diretora de Gestão Interna da Secretaria de Segurança Pública, delegada Eugênia Villa, explicou que os crimes relacionados a questão de poder ou porque a vítima era do sexo feminino foram tipificados como feminicídio. Dos 50 casos, 40 foram no interior do Piauí e 10 na capital.

"Um crime é caracterizado como feminicídio pela intensidade da violência, o suspeito demonstra o ódio pela vítima. Então nós analisamos a condição do sexo feminino, a relação de poder, de subjulgação da mulher ao homem. Se fizemos uma comparação por município, vamos perceber que a prevalência destes crimes estão em Teresina",
pontuou.
Imagem: Beto Marques/G1Eugênia Villa falou sobre os dados de feminicídio no Piauí.(Imagem:Beto Marques/G1)Eugênia Villa falou sobre os dados de feminicídio no Piauí.

O mapeamentou apontou ainda que as vítimas são da faixa adulta, de 30 a 59 anos, e na maioria os agressores são maridos, namorados e ex-companheiros. Outro dado preocupante se refere a forma como as mulheres foram assassinadas, sendo 25 delas mortas a facadas e 40% dos crimes no fim de semana. O próximo passo da pesquisa é identificar o local onde as vítimas são assassinadas.

"Infelizmente todas as mulheres assassinadas não tinham feito registros na delegacia. Por este motivo pedimos para as vítimas procurem ajuda, não admitam nenhum tipo de agressão. A partir disso podemos reduzir o número de feminicídio. Já temos a adesão total do poder judiciário para implantação de medidas protetivas",
informou Eugênia Villa.

Para melhorar o atendimento às vítimas nas delegacias do estado, a delegada acrescentou que a Secretaria de Segurança vem capacitando os policais civis e desenvolvendo a metodologia investigatória do feminicídio, que é considerada pioneira no país, assim como o Núcleo de Feminicídio.

O feminicídio, que passou a valer em março de 2015, é uma qualificadora para o crime de homicídio praticado contra mulheres por razões de gênero. A lei considera a questão de gênero quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. A pena é de 12 a 30 anos de prisão, maior do que para homicídio. E a punição pode ser aumentada se o crime for contra gestantes, menores de 14 anos ou maiores de 60.

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