Matriarca e vizinha envenenada com café tinham um relacionamento amoroso, diz polÃcia
04/02/2025 08h30Fonte G1 PI
Imagem: ReproduçãoMaria Jocilene da Silva e Maria dos Aflitos Silva
Maria dos Aflitos Silva, mãe e avó das cinco pessoas que morreram após comerem arroz envenenado no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, confessou à polícia que matou a vizinha Maria Jocilene da Silva. O objetivo era livrar o marido, Francisco de Assis, das acusações de ter assassinado a família. Segundo a Polícia Civil, Maria dos Aflitos e Maria Jocilene tinham um relacionamento amoroso. Leia detalhes mais abaixo.
O delegado Abimael Silva explicou que a relação entre Maria dos Aflitos e Maria Jocilene começou antes mesmo do relacionamento dela com Francisco de Assis, preso pela morte dos dois enteados e das crianças.
Segundo o delegado, o relacionamento entre Maria Jocilene, que era ex-cunhada de uma filha da Maria dos Aflitos, começou antes dela conhecer Francisco de Assis. Ele disse que era um romance discreto, cada uma tinha sua família paralela, mas era de conhecimento de todos. No entanto, o relacionamento não foi o pivô do caso.
Maria dos Aflitos e Francisco de Assis estavam juntos há cinco anos e demonstravam uma relação próxima e de parceria.
Ligação com a família
Maria Jocilene sempre demonstrava carinho e preocupação com os filhos e netos de Maria dos Aflitos, segundo a polícia. O delegado disse que a mulher usava o próprio dinheiro para comprar alimentos e medicamentos para os familiares de Maria dos Aflitos.
De acordo com a investigação, Jocilene chegou a ficar com os netos de Maria dos Aflitos no hospital depois que eles foram envenenados e ela perdeu o emprego por isso. Os meninos João Miguel da Silva e Ulisses Gabriel da Silva morreram em agosto e novembro de 2024.
A morte da vizinha
Em seu depoimento à polícia após ser presa, Maria dos Aflitos confessou ter assassinado Jocilene para livrar Francisco de Assis das acusações de ter matado a família. Ela contou que envenenou Jocilene acreditando que isso ajudaria a libertar o marido.
"O que houve é que eu tava cega de amor pelo Assis, e pra ter ele de volta, poderia acontecer o mesmo caso. Gosto muito dele, ainda gosto", disse.
No dia 22 de janeiro, Maria Jocilene foi até casa de Maria dos Aflitos e passou mal. Para a polícia, Maria afirmou que Jocilene teria sofrido um infarto. Logo depois, em uma gravação de áudio feita pelos próprios policiais, ela diz que Jocilene não foi envenenada. Segundo a investigação, foi uma tentativa de confundir a polícia e encobrir mais um caso de envenenamento dentro de sua casa.
Na confissão, Maria dos Aflitos contou que encontrou o veneno atrás do fogão e colocou todo o conteúdo no café que ela mesma serviu para Maria Jocilene. Em seguida, ela descartou a embalagem no lixo, que foi recolhido pelos garis antes da chegada da perícia.
Jocilene bebeu o café em uma taça e depois usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de meia hora depois ela começou a passar mal, ainda na casa de Maria dos Aflitos.
Maria Jocilene da Silva morreu dia 24 de janeiro, após ficar internada em estado grave por dois dias.
"Ela mistura o veneno com café em uma taça de vidro e dá para Jocilene tomar. Só que o plano da Maria do Aflitos não era ela morrer na mesma casa dos crimes anteriores. Ela planejava que a Jocilene morresse fora de casa. Mas quando a vítima sai da casa para ir no mototáxi que ela sempre pegava, o mototáxi tinha outra corrida e aí disse [só posso daqui a 30min]. Então Jocilene disse a ele para pegá-la na casa da Maria. E foi por causa desse atraso que mais um envenenamento aconteceu na casa", completou o delegado.