Médicos da rede estadual do Piauí paralisam atividades pela quarta vez no ano

16/07/2019 13h58


Fonte G1 PI

Os médicos da rede estadual de saúde do Piauí paralisaram mais uma vez suas atividades. O protesto teve início nesta terça-feira (16) e vai até sexta (19). Já é a quarta vez que a categoria paralisa as atividades este ano. Ao todo, em 2019, já foram treze dias atendendo apenas urgência e emergência.

O Hospital Getúlio Vargas (HGV) emitiu um comunicado dizendo que os pacientes com consultas marcadas para esses dias de paralisação tiveram os procedimentos reagendados para os dias 27, 28, 29 e 30 de agosto. Várias pessoas pessoas chegaram para o atendimento mas foram dispensadas.
Imagem: Divulgação/ SimepiMédico Samuel Rêgo, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi).(Imagem:Divulgação/ Simepi)Médico Samuel Rêgo, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi).

O presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), Samuel Rêgo, informou que a categoria pede o cumprimento do plano de Cargos e Salários e melhores condições de trabalho.

"Os médicos não estão pedindo reajuste salarial. A única coisa que está sendo cobrada é o cumprimento da lei da carreira e o que nós queremos mesmo é ter condições de trabalhar, porque hoje estão morrendo pacientes", disse.

Segundo o presidente, até um colírio para medir a pressão intraocular de pacientes, que custa em torno de R$ 5,00, está em falta no Hospital Getúlio Vargas.

"Um médico do ambulatório azul me ligou ontem e disse que estava faltando colírio para poder medir a pressão intraocular dos pacientes. A gente sabe que a pressão aumentada do olho pode inclusive levar à cegueira e o colírio é uma coisa simples, algo que custa R$ 5,00 e está faltando aqui", contou.
Imagem: Reprodução/TV ClubeMédicos do Estado paralisaram as atividades pela quarta vez no ano.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Médicos do Estado paralisaram as atividades pela quarta vez no ano.
Sesapi responde

O superintendente da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), Hérlon Guimarães, informou que o governo reconhece a legitimidade das paralisações e das reivindicações. Porém o piso salarial que a categoria pede não pode ser atendido devido à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

"Essa questão tanto da progressão como da instituição do piso nacional, tudo isso nós caímos na Lei de Responsabilidade Fiscal. É bom lembrar que o estado está implantando a fase salarial. Nós estamos aí com esse cronograma, ele segue e todos estão recebendo conforme o cronograma" , informou.

Segundo ele, nos últimos quatro anos, o estado do Piauí teve a implementação de vários serviços e que a negociação com os médicos continua.

"Nós podemos falar que nos últimos quatro anos o estado do Piauí teve implementação de vários serviços. Unidades hospitalares no interior do estado, Floriano, Parnaíba, Piripiri, Bom Jesus passaram por implantação de novos serviços. Nós queremos dizer para a população e esclarecer que a negociação continua para que a gente possa realmente chegar num denominador comum", disse.

Ainda de acordo com Hérlon, a Secretaria de Saúde entende o problema de falta de insumos médicos e pretende chamar os gestores de cada unidade hospitalar para oferecer um serviço melhor à população.

"Existem outras condições que nós temos que fazer e temos que melhorar. São questões de gestão. Com certeza a Secretaria de Saúde é sensível a isso e vai chamar seus gestores de cada unidade hospitalar pra que possam melhorar a qualidade do serviço prestado a toda a população", informou.

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