Motorista que matou irmãos do Salve Rainha estava a 100km/h e invadiu sinal
15/07/2016 13h40Fonte Cidadeverde.com
A perícia do Instituto de Criminalística do Piauí concluiu que o condutor do veículo Corolla, envolvido no acidente que matou os irmãos e integrantes do coletivo Salve Rainha, estava acima da velocidade permitida e invadiu o sinal vermelho. O vídeo acima (aos 15 segundos) mostra o momento exato em que o sinal verde fica intermitente para o Fusca - onde estavam as vítimas - e o veículo é atingido. Os resultados foram apresentados nessa sexta-feira (15) em entrevista coletiva.Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliar
Para a constatação da cor dos sinais semafóricos na via, a perícia utilizou dados da Strans e os resultados foram obtidos por meio de um software que analisou as imagens, mediu padrões de pixels e constatou uma alteração de luminosidade no local onde estava o sinal para o Fusca.
O perito em análise de imagens, Jorge Andrade, explica como isso conseguiu provar que o condutor do Corolla invadiu o sinal vermelho.
"A Strans nos informou que, nessa via, nesse sinal, somente o sinal verde é interminente, ou seja, fica piscando quando vai mudar para o amarelo. Nós notamos que no momento do acidente, há uma luz que pisca quando o Fusca faz a conversão à esquerda, que é perfeitamente permitida naquele local. Isso nos indica que os ocupantes do Fusca passaram naquele local ainda no sinal verde, antes mesmo de ficar amarelo. Então isso nos mostra que o condutor do Corolla invadiu o sinal vermelho", explicou Jorge.
Segundo ainda as análises da perícia, o condutor do Corolla trafegava com velocidade média de 100 km/h, 30 km/h acima do limite da via arterial que é de 60 km/h.
"Desde que recebemos as requisições [em 30 de junho], uma equipe multidisciplinar trabalhou no caso para, no menor tempo possível, chegarmos as respostar e tirar todas as dúvidas solicitadas nas duas requisições. Como nós tínhamos previamente analisado, através das imagens, o condutor do Corolla estava em uma velocidade intermediária entre 97,3 km/h a 101,3 km/h", disse o perito Rawlinson Ibiapina.
A velocidade dos veículos foi atestada baseada em três metodologias.
"Na primeira, marcamos pontos na via para saber o intervalo de tempo utilizando para percorrer aquela distância e fizemos simulações para validar essa metodologia. A segunda consistiu em uma videoanálise e a terceira - feita por meio de parceria com o departamento de Física da UFPI - foi uma análise superficial para verificar se o ponteiro havia deixado essa marcação. De fato, vimos que o ponteiro interagiu com o marcador indicando uma velocidade na faixa que havíamos calculado nas outras duas metodologias", reitera Ibiapina.
Ele explicou que no momento de uma colisão frontal, o ponteiro toca a superfície do velocímetro. Isso deixa marcas no material que apontam a velocidade em que o veículo estava no instante exato em que os veículos colidiram. Em todos os casos, as análises apontaram a mesma velocidade média, com desvio máximo de 2,5% no valor obtido.
Dolo eventual
O resultado é fundamental para basear o inquérito que está sendo produzido pela delegada titular da delegacia de repressão aos crimes de trânsito, Cassandra Moraes Sousa. Quando solicitou a perícia, ela explicou ao Cidadeverde.com que a responsabilização por homicídio com dolo eventual estava condicionada a um conjunto de infrações ou crimes de trânsito.
No caso do condutor do Corolla, foi comprovada embriaguez aguda ao volante, omissão de socorro e tentativa de fuga do local. Agora, ficou constatado que ele invadiu o sinal vermelho e estava acima da velocidade.
Acidente
O acidente aconteceu no último dia 26 de junho quando Júnior Araújo, seu irmão Bruno Queiroz e o amigo Jader Damasceno deixavam o Parque da Cidadania. O Fusca em que estavam foi atingido violentamente por um Corolla na avenida Miguel Rosa. Bruno morreu no local, o irmão ainda resistiu 4 dias no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O motorista apontado como suspeito de provocar a colisão, Moaci Junior, pagou fiança de R$ 7 mil e foi liberado na manhã seguinte ao acidente.
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