Movimento cobra alargamento da BR-135 e promete não votar nas eleições

06/03/2018 08h25


Fonte Cidadeverde.com

Os moradores da região Sul do Piauí iniciaram a campanha “BR-135: Sem Alargamento Sem Votos” para chamar a atenção e alertar sobre a falta de estrutura da rodovia que corta, pelo menos, 20 municípios no Piauí. Os constantes e graves acidentes na BR-135 a fizeram ser conhecida como “rodovia da morte”. A campanha integra o Movimento SOS BR 135, iniciado em 2017.

O idealizador e um dos coordenadores da campanha é o morador da região, Nadilson Santos. Ele contou ao Cidadeverde.com que, somente no ano passado, foram registrados mais de 100 acidentes, com pelo menos 200 feridos e 52 mortos. Neste ano, já são pelo menos 10 mortes.

Imagem: Reprodução/Whats AppÔnibus tombou na semana passada na BR 315; quatro pessoas ficaram feridas.(Imagem:Reprodução/Whats App)Ônibus tombou na semana passada na BR 315; quatro pessoas ficaram feridas.

A intenção é aproveitar que haverá eleições em outubro deste ano para conseguir agilizar o alargamento da rodovia para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito.

A campanha pede o alargamento com encostamento e sinalização apropriada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) classifica a BR 135 como “área vermelha” devido à gravidade da situação.

Nadilson Santos também relatou que “o desejo era de que o alargamento fosse concluído até outubro, mas como isso na pode não ocorrer devido à proximidade das eleições, queria pelo menos negociar, acelerar a liberação dos recursos”, para que fosse possível a realização completa da obra. Até o momento, apenas pequenas obras foram realizadas em pontos específicos da rodovia.

“Eu tive essa ideia em uma manifestação que fizemos ano passado e chegamos a fechar essa rodovia por umas oito horas. Eu repassei para os demais participantes e todo mundo aceitou. Nós tínhamos a esperança da BR ser alargada ainda no ano passado, começaram uma obra, mas não saíram do rastro"
, comentou o morador.

Nadilson relatou que BR 135 corta os municípios de Eliseu Martins até Cristalândia, divisa com a Bahia. “São pelo menos uns 100 mil moradores que precisam dessa BR, que antes era PI, mas foi transformada em BR sem nenhuma mudança na sua estrutura. Nós temos núcleos e representantes em cada um desses municípios. Somos uns 500 voluntários nesta campanha”, acrescentou o morador, que é servidor público.

Ele também ressaltou que essa rodovia possui grande fluxo de veículos e citou o exemplo do polo regional de Bom Jesus, pois esse município chega a receber, diariamente, cerca de duas mil pessoas que saem dos municípios de Eliseu Martins, Colônia de Gurgueia, Alvorada do Gurgueia, Palmeira do Piauí, Santa Luz e Redenção do Gurgueia e, ao final dos seus compromissos (escola, trabalho) retornam para as suas casas.

A professora Gabriela Monteiro, que reside em São Raimundo Nonato, aos finais de semana deixa o município para ministrar aulas em cidades da região. Ela relata o receio de constantemente precisar passar pela “rodovia da morte”.

“Eu faço esse trecho a trabalho, nos finais de semana. Normalmente, viajo de ônibus. Durante o percurso, é possível observar vários acidentes na estrada. Além disso, alguns trechos estão esburacados, por conta das últimas chuvas. Penso que há certa negligência do poder público, porque esses problemas são antigos, e ainda nada foi feito sobre essa situação, que põe em risco a vida das pessoas que, por diversos motivos, precisam passar por essa BR”,
desabafa a docente.

A Campanha “BR 135: Sem Alargamentos Sem Votos” será lançada oficialmente em abril deste ano.

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Tópicos: campanha, acidentes, rodovia