MP apura novas denúncias contra "profeta" que anunciou fim do mundo no Piauí

22/06/2021 15h04


Fonte G1 PI

Imagem: Náyra MacêdoPrisão de Luís Pereira dos Santos, o Prisão de Luís Pereira dos Santos, o "profeta" que anunciou o fim do mundo em 2012.

O Ministério Público do Piauí (MP-PI) instaurou, neste mês, um procedimento administrativo para apurar novas denúncias contra Luís Pereira dos Santos, de 52 anos. Para a abertura do procedimento, o órgão considerou duas denúncias feitas ao Conselho Tutelar do município de Cocal de Telha, a 116 km de Teresina. O G1 não conseguiu contato com a defesa do homem.

As denúncias afirmam que Luís dos Santos adquiriu um terreno, denominando o local de "Terra Prometida", está abrigando várias pessoas e ocupa a posição de "líder" da comunidade. Em 2012, ele foi preso por estelionato após anunciar o fim do mundo e reunir 120 pessoas em uma casa na capital piauiense.

Uma das novas denúncias afirma que cerca de 23 crianças estão vivendo na “Terra Prometida” em situação precária. A outra diz que o “profeta” determina com quem as pessoas que moram no local se casarão, que as mães não podem escolher o nome dos filhos e que as pessoas vivem sob constante ameaça e em estado de escravidão.

Ao abrir o procedimento, o MP citou que Luís dos Santos também chegou a ser preso, ainda em 2012, suspeito de ter envenenado e causado a morte de duas pessoas com “sangue de rato”, afirmando que seria um óleo para purificação.

O Ministério Público estadual expediu ofício à Polícia Civil em Capitão de Campos, responsável pela região, para que informasse sobre a apuração de crimes na "Terra Prometida". Ao G1, a delegada Kamila Martins afirmou que não há investigação em andamento.

"Recebemos um relatório do Conselho Tutelar de Cocal de Telha sobre os fatos envolvendo Luís do Santos, mas pelo que foi obtido de informação, inclusive mediante ordem de missão expedida aos agentes de polícia de Capitão de Campos, que averiguaram a situação, não foi verificada a ocorrência de delitos, pelo menos até então", disse.

A delegada informou que o MP foi comunicado e que deve verificar a situação cível da "comunidade" que está sendo criada por Luís dos Santos. "Se tem validade jurídica, etc..., mas na seara penal, não há prática de crime ou investigação em andamento. O que há é apenas um acompanhamento do caso, em razão do histórico dele", pontuou.

O Conselho Tutelar comunicou ao MP que iria realizar um estudo mais detalhado sobre o caso com o auxílio direto da Assistência Social de Cocal de Telha para averiguar a condição das famílias que residem na comunidade. O órgão solicitou que, assim que concluído, o estudo deve ser enviado para a promotoria.

O MP fixou o prazo de um ano para conclusão do procedimento, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

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