MPF denuncia presos em operação da PF que investiga esquema de pirâmide

15/06/2022 08h57


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/PFPIPF do Piauí deflagra operação contra suspeitos de obter mais de R$ 12 milhões de 300 vítimas em esquema de pirâmide.(Imagem:Divulgação/PFPI)PF do Piauí deflagra operação contra suspeitos de obter mais de R$ 12 milhões de 300 vítimas em esquema de pirâmide.

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra três pessoas presas na Operação Alavancada, deflagrada nesta terça-feira (14). Os dois homens e a mulher são suspeitos de operar um esquema de pirâmide em vários estados brasileiros. Segundo a PF, os investigados teriam obtido R$ 12 milhões e feito mais de 300 vítimas com o esquema.

Eles foram denunciados pelo MPF em razão dos crimes cometidos contra o Sistema Financeiro Nacional. A pena varia de dois a oito anos de reclusão e multa. O órgão pediu à Justiça Federal a condenação dos réus ao pagamento de R$ 14 milhões a título de dano moral coletivo, tendo em vista o abalo à ordem econômica causado em Floriano, um dos municípios piauienses onde o grupo atuou.

O órgão solicitou a decretação da indisponibilidade de bens e o bloqueio dos valores dos presos e, ainda, a manutenção da prisão preventiva de um dos alvos, visto que ele é investigado por vários crimes, entre eles, estelionato, tanto na Polícia Civil do Distrito Federal (DF) quanto na Polícia Civil do Piauí.

Esquema

Em nota, a PF informou que os alvos integram um grupo criminoso que praticava crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de pirâmide financeira (Esquema Ponzi) em diversas cidades do Piauí e em Brasília.

Os investigados se apresentavam como “traders” para captar economias de vítimas/investidores, com o pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.

As investigações mostraram a captação de recursos de clientes (vítimas) por meio de fraude, com promessas de ganhos mensais de até 20% sobre o capital investido, para supostamente serem aplicados no Mercado Financeiro por meio de empresa não autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.

Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastro ou garantia suficientes e sem autorização prévia da CVM.

"O inquérito policial foi instaurado em 2022 e, até o presente estágio das investigações, já foi apurado que a organização criminosa captou valores que ultrapassam a cifra de R$ 12 milhões, com mais de 300 vítimas nas cidades de Brasília, Floriano, Eliseu Martins, Corrente e Teresina. Além disso, restou demonstrado até o momento que os valores disponibilizados pelas vítimas para os criminosos variavam de R$ 5 mil a R$ 430 mil, depositados diretamente nas contas pessoais dos investigados",
informou a PF.

Os envolvidos devem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Crime contra a Economia Popular, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro.

A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal (CGRC/PF) e das Polícias Civis Estaduais das cidades de Floriano e Brasília.

Ao todo, 15 policiais foram mobilizados para cumprir oito mandados no total, sendo: um de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção da Justiça Federal de Floriano. As pessoas e endereços alvos são das cidades de Brasília, Formosa e Cuiabá.

O nome da operação (Alavancada) é uma referência à forma de atuação que permite ao investidor do Mercado Financeiro negociar volumes financeiros bem superiores ao que ele possui quando identifica uma grande oportunidade no mercado. Com uma pequena quantia em dinheiro, é possível ampliar os ganhos de um investimento, assim como as perdas também podem ser significativamente maiores.

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Tópicos: crimes, esquema, valores