Mulher que denunciou delegado relatou relacionamento abusivo, diz polícia

24/12/2019 14h18


Fonte G1 PI

Imagem: Lorena Linhares/G1DHPP investiga o caso em Teresina.(Imagem:Lorena Linhares/G1)DHPP investiga o caso em Teresina.

A mulher que, segundo a Polícia Civil, foi agredida com uma garrafa de cerveja pelo delegado José Anchieta Pontes, prestou depoimento à polícia nessa segunda-feira (23) e relatou como tudo aconteceu. Segundo a polícia, ela disse que os dois tinham um relacionamento havia quatro anos e que ele tinha um comportamento abusivo. O suspeito está desaparecido desde o dia do crime. Ele já havia sido preso por suspeita de violência doméstica há cerca de um mês.

O coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, disse que o caso foi encaminhado para o DHPP – que de forma geral investiga apenas crimes que resultam em morte – por uma determinação da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí.

Ele explicou que o caso é investigado como tentativa de feminicídio pela relação entre suspeito e vítima e pelos indícios de que o autor teria tentado matar a mulher.

“Ela foi ouvida e relatou como tudo aconteceu. Disse que eles tiveram uma discussão, o motivo ainda será melhor esclarecido. Mas eles tinham um relacionamento e ela disse que eles começaram a discutir no bar, ele quebrou uma garrafa de cerveja e tentou acertar ela no pescoço, mas ela se defendeu e foi atingida no braço”,
relatou o coordenador.

Vítima tem deficiência e desmaiou ao ser agredida
Imagem: José Marcelo/G1Delegada Luana Alves(Imagem:José Marcelo/G1)Delegada Luana Alves

A delegada Luana Alves, titular do núcleo de feminicídio do DHPP, está responsável pelo caso e disse que a mulher tem uma deficiência na perna por ter tido paralisia infantil na infância.

“Ela tem uma deficiência na perna, porque teve paralisia infantil. O delegado chutou, ela caiu. Depois ele quebrou uma garrafa e acertou a mulher. Ela colocou o braço para se defender e acabou desmaiando. Creio eu que ele pensou que ela tivesse morrido devido a grande quantidade de sangue”, contou.

Relação abusiva
“A vítima falou que tinha um relacionamento há quatro anos e que terminou em setembro deste ano. Ela disse que era um relacionamento abusivo e que já estava com sintomas de depressão. Ela disse que ele a xingava e que chegou a ter puxão de cabelo”,
contou ainda a delegada.

Delegado está sendo procurado
Segundo ela, ainda não há mandado de prisão contra o delegado denunciado pelas agressões porque as buscas continuam desde o momento do crime.

“O período de flagrante continua e ele deve ser preso em breve. Estamos com todo o apoio logístico necessário para isso. Não vamos permitir que uma pessoa que integra a segurança pública cometa esses crimes e fique impune”,
declarou.

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