Mulher queimada viva pediu por justiça antes de morrer
13/07/2018 08h00Fonte CidadeVerde.com
Um vídeo e um áudios gravados pela operadora de telemarketing, Carla Pereira de Abreu, 25 anos, revelam que ela pediu Justiça antes de morrer. A jovem e o marido foram queimados vivos em casa e não resistiram aos ferimentos.
O suspeito é parente das vítimas e teria transtornos mentais. O incêndio criminoso ocorreu no último sábado 30.
No vídeo, Carla aparece com queimaduras pelo corpo, tentando se proteger das chamas com uma toalha. Em um trecho do vídeo é possível ouvir ela dizendo: "O rapaz que prendeu a gente tá lá dentro. Por favor, entra pra prender ele", pediu a jovem.
O rapaz que Carla se refere é o próprio cunhado, José Fernando Pereira Gonzaga, 47 anos, que seria esquizofrênico.
A jovem morreu na última quarta-feira (11) após passar 11 dias internadas na Unidade de Queimados, com queimaduras profundas de 2º e 3º graus, em mais de 60% do corpo. Por meio de nota do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informou que a paciente também sofreu queimaduras das vias aéreas, o que comprometeu a capacidade respiratória.
"Por conta do incêndio ter sido em ambiente fechado, a paciente teve queimaduras das vias aéreas, ocasionando o comprometimento da sua capacidade respiratória evoluindo assim com quadro de insuficiência respiratória. Carla recebeu toda a assistência necessária, porém por conta da extensão e profundidade das queimaduras e da complicação respiratória seu quadro se agravou e evoluiu para o óbito", disse a nota.
Já o marido de Carla e irmão do suspeito, Luís Pereira Gonzaga, 54 anos, morreu no último dia 02. Devido ao estado de saúde, a operadora de telemarketing só soube da morte do companheiro, quatro dias após o falecimento. Áudios compartilhados pelo WhatsApp revelam o sentimento da jovem diante da perda e também o desejo de Justiça.
Mãe também pede Justiça
Com o falecimento, a mãe dela, Rita de Cássia de Abreu, clama por Justiça. Ela questiona a suposta insanidade do suspeito.
"Penso que ele [o suspeito] não tem nenhum transtorno, que arquitetou o crime, foi calculista e frio. Após o crime, ele pegou uma mochila com as melhores roupas, subiu em um mototáxi para fugir. Acho que uma pessoa com transtornos não faz isso. Se ele fosse doente mental, ficava sem saber o que fazer. Além disso, ele tem habilitação. Como uma pessoa que tem transtornos conseguiu uma habilitação para dirigir?", questiona a mãe de Carla.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, a mãe também relatou o sofrimento pela perda da filha.
"Tinha esperança que minha filha ia sobreviver, mesmo que os médicos dissessem que não. Eu com minha fé e ela com a dela estávamos tentando superar [...] é bastante doloroso. Sofri bastante os 11 dias que ela passou internada, vendo o sofrimento, o corpo dela todo queimado. Isso para uma mãe é muito difícil. Peço Justiça, que investiguem esse caso, que ele passe por algum exame. Estou sofrendo a perda da minha filha. Nunca pensei de perder minha filha dessa maneira", desabafa Rita de Cássia.
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