Mulheres recebem em média 12% menos que homens no PiauÃ, aponta levantamento
09/06/2022 09h09Fonte G1 PI
As mulheres ganham 12% menos do que os homens no Piauí, segundo a Superintendência Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do estado (Cepro). O dado pertence a um levantamento, divulgado nessa terça-feira (7), com indicadores relacionados ao mercado de trabalho, à educação, política, saúde e violência.O estudo, intitulado “A mulher no cenário socioeconômico do Piauí”, reúne informações coletadas entre 2018 e 2021. Conforme a pesquisa, em 2018, as mulheres chegaram a receber em média 91% do salário dos homens. O número, no entanto, caiu para 90% em 2019 e para 88% em 2020.
Imagem: Reprodução/TV IntegraçãoMulheres recebem em média 12% menos que homens no Piauí, aponta levantamento.
Em entrevista à TV Clube, a superintendente da Cepro, Liége Moura, destacou que a condição é preocupante, pois a taxa de ocupação das mulheres piauienses no mercado formal é maior que a dos homens. Em 2020, a porcentagem era de 38,5% contra 36,6% de homens ocupados.
Além disso, as mulheres apresentam escolaridade média superior à dos homens. Elas correspondem a 73,76% do total de pessoas com maior nível de formação do estado, com pós-graduação, mestrado ou doutorado.
“Um aspecto que a gente se preocupa é que, mesmo com melhor nível em educação e condições de trabalho, quando observamos salário, a gente tem uma perda em relação aos homens, desigualdade de renda. As mulheres estão em melhores condições de formação, qualificação e precisam receber com dignidade e igualdade”, disse a superintendente.
Imagem: ReproduçãoMesmo com maior qualificação, mulheres recebem em média 12% menos que homens no Piauí, aponta levantamento.
Entre os setores que mais empregaram mulheres em 2020 no estado, estão a administração pública e serviços. Nos setores do comércio e indústria, predomina a empregabilidade de homens.
“Cabe frisar que o acesso de homens e mulheres a áreas mais valorizadas do serviço público ainda é bastante desigual: as mulheres continuam excessivamente concentradas em ocupações consideradas ‘tipicamente femininas’ e de menor remuneração, como professoras, enfermeiras, assistentes e secretárias em geral”, diz trecho do estudo.
Representação feminina na política
No Piauí, durante as eleições municipais de 2020, apenas 15,51% dos concorrentes ao cargo de prefeito eram mulheres. Na ocasião, 28 foram eleitas, além de 203 homens.
A Cepro comprova também que, atualmente, há uma média de quatro vereadores para cada mulher que ocupa cargo. São 429 mulheres eleitas contra um número de 1.705 homens.
Imagem: ReproduçãoPiauí caminha a passos lentos para alcançar a cota mínima (30%) de representação feminina na política, aponta levantamento.
Para a gerente de Estudos Sociais da Cepro, Juciara Linhares, o Piauí caminha a passos lentos para alcançar a cota mínima (30%) de representação feminina na política. Ela destaca a importância do estímulo ao interesse pessoal em concorrer e não somente ao cumprimento de indicação da sigla partidária.
“Podemos observar, com relação a inserção das mulheres na política, uma baixa participação, tanto na esfera estadual quanto na municipal, cabendo uma maior disposição para o engajamento nestes espaços. Elas ainda sofrem muitas restrições e também não detêm rendimentos superiores advindos da sua força de trabalho”, ressaltou Juciara.
Piauí registra aumento de casos de feminicídio e estupro
Em 2020, a cada 100 mil mulheres, 1,9 foi vítima de feminicídio, crime que envolve violência doméstica e familiar; menosprezo ou discriminação à condição de mulher, no Piauí. Em 2021, esse número chegou a 2,2.
Ainda de acordo com o levantamento, o número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável, também cresceu no estado. No ano de 2021, o aumento foi de 13,2% em relação ao ano de 2019.
“Nesse contexto da pandemia, nós tivemos um agravamento das condições das mulheres que ficaram mais em casa, ficaram mais vulneráveis, e meninas também”, comentou a superintendente da Cepro, Liége Moura.
Imagem: ReproduçãoPiauí registra aumento de casos de feminicídio e estupro entre 2018 e 2020.
“Fazemos um alerta, pois observamos um crescimento na taxa de homicídio de mulheres, estupro e estupro de vulnerável nos três últimos anos, 2019, 2020 e 2021. É necessário ter atenção em relação a esta situação para podermos contribuir com ações voltadas para o enfrentamento desta questão social”, completou a gerente de Estudos Sociais da Cepro, Juciara Linhares.
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