"Não é falta de prisão", diz comandante geral da PM sobre onda de homicÃdios
21/12/2022 08h51Fonte Cidadeverde.com
Imagem: Renato Andrade/Cidadeverde.comCoronel Scheiwann Lopes
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Scheiwann Lopes, comentou nesta terça-feira a onda de homicídios registrada em Teresina no último final de semana. Ao Cidadeverde.com, o comandante disse os casos não ocorreram por falta de prisão ou de policiamento da Polícia Militar, e destacou que a maioria das mortes envolvem pessoas ligadas a crimes.
No sábado (17) e domingo (18), foram registrados sete homicídios em Teresina. O delegado Francisco Costa, o Baretta, coordenador do Departamento de homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) declarou que está preparando um relatório cobrando melhor operacionalização da Polícia Militar e informando os locais onde devem ocorrer maior policiamento na capital.
O coronel Scheiwann Lopes afirmou que a Polícia Militar realiza o seu trabalho e destacou que a maioria dos assassinatos é de pessoas envolvidas com o mundo do crime, principalmente com disputa entre facções.
“Nós estamos fazendo [o nosso trabalho], e não é falta de prisão, não é falta de policiamento. Nunca prendemos tanto, e nunca policiamos tanto. A questão dos homicídios, é que as facções estão se digladiando entre si, são pessoas do crime que estão morrendo. Então, como o delegado Baretta falou, dentro da sua residência, onde um marido faz um feminicídio contra a sua esposa, como evitar dentro de casa? É quase impossível, agora aquilo que é dentro das possibilidades, como a abordagem de um indivíduo que saiu de casa para tirar a vida de um rival, a polícia consegue evitar na abordagem, desarmando a pessoa, a arma é apreendida, mas a pessoa permanece presa? Aí é onde tem a questão da legislação onde precisamos de atores mais intensos, do Ministério Público e o Judiciário nos ajudando. Agora se está mantendo preso, é outra história”, afirmou.
Sobre o relatório que o delegado Baretta informou que vai fazer, o comandante afirmou que existe uma parceria com DHPP, e que acredita que o objetivo é apenas colaborar com a PM e não criticar o trabalho que tem sido realizado.
“Temos uma parceria com o delegado Baretta, ele sabe o trabalho da Polícia Militar, e sabemos da grande atuação dele no DHPP. O que vou apostar é que houve uma distorção do que ele falou, que pelo contrário, está nos apoiando, dizendo onde estão ocorrendo os crimes para alertar a Polícia Militar sobre atuação mais intensiva naqueles locais. Está colaborando, mas já temos isso tudo mapeado, inclusive temos a sobreposição de crimes, sabemos que onde tem um tráfico de drogas, em um raio de 500 metros, fatalmente vai acontecer algum homicídio e furto, pois é o tráfico que colabora com a criminalidade”, destacou.
Intensificação das fiscalizações
O comandante informou que nesse final de ano estão sendo intensificadas as fiscalizações, principalmente porque são realizadas muitas compras devido ao período natalino e também onde ocorrem viagens para o litoral piauiense.
“Com o aquecimento da economia, os centros de compra têm uma atenção da polícia militar, não só nos períodos de compra, que é de manhã e de tarde, mas sobretudo a noite naquela prevenção onde há lojas, na prevenção de arrombamentos e furtos no período noturno, bem como na fiscalização em instituições financeiras, onde há um alvo de criminosos na aquisição e dinheiro”, disse Scheiwann Lopes.
O coronel disse que a população pode ficar tranquila em relação ao trabalho que está sendo realizado.
“A população pode ficar tranquila, pois dobramos duas vezes e meia a capacidade operacional da polícia militar, compramos as folgas, para colocar as pessoas na rua, aumentando o policiamento e a prevenção de crimes. As estatísticas estão positivas e temos um pecado aí na questão das mortes violentas intencionais, mas, mais de 90% são de pessoas envolvidas no crime, dificilmente você vê um cidadão tendo a vida ceifada por questão da criminalidade, então a polícia militar e as demais forças de segurança estão cumprindo o seu papel de levar paz para a população”, pontuou.
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