Nenhuma mulher atendida pelo protocolo "Ei, mermã, não se cale!" sofreu feminicídio

27/11/2023 16h42


Fonte Governo do Piauí

A Secretaria de Estado das Mulheres (Sempi), em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), desenvolve o laboratório Elas Vivas Lab, buscando analisar dados e implementar ações preventivas nos territórios mais afetados pela violência contra a mulher. Os números revelam um cenário de mudanças significativas no enfrentamento à violência contra a mulher em Teresina. Dentre as constatações: mulheres que pedem ajuda através do protocolo "Ei, mermã, não se cale!" conseguem perceber e romper a violência desde o início. Como resultado, nenhuma das que procuraram o serviço sofreu feminicídio.

Este ano, as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) registraram 5.918 denúncias, um aumento de 13,27% em relação ao ano anterior. Esse aumento não apenas indica mais denúncias, mas também reflete a crescente confiança das mulheres em buscar orientação e tomar medidas contra a violência.

Mulheres negras representam 85,8% das vítimas de feminicídio, onde 38,1% dos assassinos são maridos ou namorados, e 9,6% são ex-cônjuges das vítimas. No entanto, em 2023, nenhuma mulher atendida pelo Protocolo “Ei, mermã, não se cale!” faleceu por feminicídio. O acesso a essa rede de proteção tem permitido monitoramento e a quebra do ciclo de violência doméstica, incluindo a capacitação para garantir autonomia econômica.
Imagem: DivulgaçãoMulheres que pedem ajuda através do protocolo conseguem perceber e romper a violência desde o início.(Imagem:Divulgação)Mulheres que pedem ajuda através do protocolo conseguem perceber e romper a violência desde o início.

Nesse contexto, é fundamental a continuidade de ações como o Ônibus Lilás, que já atendeu em 33 municípios e 7 territórios, e o projeto “Elas Empreendem”, que possibilita uma mudança na renda financeira dessas mulheres, permitindo mais autonomia para a tomada de diversas decisões e que já atendeu 34 municípios entre novembro de 2022 até agora. Nessas áreas, parcerias com a Rede Municipal e de Atendimento têm permitido às mulheres romper a violência desde o início.

Sobre os atendimentos pelo protocolo “Ei, mermã, não se cale!” – BOT, foram 11.315 mensagens, sendo que 1.174 correspondem a orientações, informações e denúncias realizadas entre março e novembro deste ano, pois o aplicativo tem várias opções de atendimento que permite às mulheres serem acolhidas para que possam ter coragem e estrutura de romper qualquer violência doméstica. Esse aumento reflete não só uma busca por orientação, mas também maior conscientização e confiança na Rede de Proteção às mulheres em situação de violência doméstica.

A campanha #PiauíSemMisoginia surge para interromper a violência desde seus primeiros sinais. A Sempi busca sensibilizar 50 instituições para aderirem à campanha, promovendo a equidade e a prevenção à violência doméstica. As empresas que aderirem se comprometem a desenvolver palestras, ampliar cargos de poder para mulheres, criar espaços de acolhimento para vítimas de violência e estruturas de apoio às mães trabalhadoras.

A Sempi busca sensibilizar organizações, coletivos, associações e empresas, incentivando a identificação precoce da violência e o uso dos canais de atendimento, como o “Ei, mermã, não se cale!” (via WhatsApp: 0800 000 1673), disponível 24 horas.