Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro da Uespi destaca a importância da valorização da cultura africana

04/11/2024 18h17


Fonte Governo do Piauí

O tema da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último domingo (3), trouxe à luz um debate essencial sobre os desafios da valorização da cultura africana no Brasil. Neste contexto, o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro da Universidade Estadual do Piauí (Nepa), fundado em 2005, assume uma relevância crucial ao promover reflexões e ações voltadas para a educação e a conscientização sobre a rica herança cultural africana.

O patrimônio cultural africano é uma das mais significativas influências na formação da identidade brasileira. Entretanto, sua valorização enfrenta obstáculos como o racismo estrutural, a falta de representação adequada nas mídias e a resistência em se aceitar a diversidade cultural como parte integrante da sociedade. Essas barreiras foram discutidas no Enem, onde os participantes foram desafiados a pensar criticamente sobre como a cultura africana pode ser melhor integrada e valorizada em um país que possui profundas raízes africanas.

O Nepa se destaca neste cenário ao atuar como um espaço de pesquisa e formação, promovendo estudos sobre literaturas africanas e afro-brasileiras. Com uma estrutura que envolve alunos e professores do curso de Licenciatura Plena em Letras Português da Uespi, o núcleo busca não apenas cumprir a Lei 10.639, sancionada em 2023, mas também ir além, capacitando discentes e pesquisadores a engajar-se na luta contra a discriminação e a valorização da diversidade étnico-racial.

O coordenador do núcleo, professor Feliciano José Bezerra, ressaltou a importância de iniciativas que envolvem a comunidade acadêmica e escolar. “A valorização da cultura africana não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade de enriquecimento cultural e educacional para todos. Nossos projetos estão voltados para integrar essa temática de forma prazerosa e educativa, buscando despertar a curiosidade e o respeito pela diversidade que nos compõe”, afirmou.

Além de desenvolver pesquisas, o Nepa também organiza eventos científicos, palestras e workshops que visam fomentar a discussão sobre a presença da cultura africana nas salas de aula e na sociedade. Recentemente, o núcleo promoveu uma jornada de estudos que abordou a literatura africana contemporânea e suas influências na formação de identidades. O evento contou com a participação de especialistas da área e atraiu estudantes de diferentes cursos, evidenciando o interesse crescente pela temática.

“O Nepa desempenha um papel crucial ao promover o debate sobre essa temática. Tornou-se cada vez mais essencial engajar a juventude em reflexões que promovam o letramento racial e o reconhecimento da diversidade cultural do Brasil. Isso não apenas amplia a consciência histórica e social dos jovens, mas também contribui para a construção de uma identidade cultural mais inclusiva e emancipatória”, destaca o professor Feliciano José.

A Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas, é uma conquista significativa sobre a contribuição africana na formação cultural do Brasil. O Nepa busca atuar como um agente de transformação, propondo práticas pedagógicas inovadoras que valorizem a cultura africana e promovam a diversidade dentro da sala de aula.

“Este esforço conjunto entre instituições de ensino, pesquisadores e a sociedade civil é fundamental para garantir que a valorização da cultura africana no Brasil não seja apenas um tema sazonal, mas uma realidade contínua e celebrada em todas as esferas sociais”, finaliza.

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