"Nunca tive paz", diz mulher agredida e perseguida pelo ex durante 22 anos

07/08/2016 08h20


Fonte G1 PI

Mesmo separada oficialmente do ex-marido há mais de quatro anos, a assistente social *Mirna Oliveira, 42 anos, e os dois filhos ainda vivem um drama. A rotina de ameaças que aconteceu durante todo o casamento, continua. O resultado de 22 anos de violência, perseguição e sofrimento, a mulher resume em três fatos: um filho esquizofrênico, uma filha depressiva e uma vida sem paz.

O G1 entrevistou a assistente social e o nome marcado por asterisco foi usado para preservar a sua identidade.

"Nunca tive paz e minha vida é uma turbulência. Não consigo trabalhar nem viver direito porque a perseguição é muito grande. Já estamos há quatro anos separados, achava que estaria livre dele e desde então ele me persegue. Aos filhos nunca deu assistência e nunca foi um pai de verdade. Eu simplesmente estou esperando a morte chegar"
, disse.

Imagem: G1 PI

Após a separação e mesmo casado com outra mulher, o homem continua a cercar a casa onde a ex-mulher mora com os filhos. São gritos, xingamentos e intimidações. Segundo a vítima, os vizinhos são testemunhas de tudo que acontece, mas ninguém teve coragem até hoje de fazer alguma denúncia ou tentar defendê-la. Vários foram os episódios em que o agressor chegou a entrar na casa de Mirna e destruir vários móveis. Os motivos de tanta perseguição? Ela desconhece.

"Eu não consigo entender porque ele não nos deixa levar nossa vida em paz. Nunca foi pai, nunca foi esposo. Para ter uma vida de verdade, um dia enfrentei o medo e me separei, porque vivíamos em ameaça. Ele passa na porta de casa e grita, às vezes bêbado. Já chegou a passar por diversas vezes com uma arma e ameaçar a gente. Estamos presos dentro de casa",
disse.

Os gastos com remédios para os filhos chegam a passar dos R$ 1.200 por mês. Estudante de direito, o filho de 24 anos foi diagnosticado com esquizofrenia. Por conta disso, deixou de ir ao trabalho. Na faculdade, o rendimento caiu.

Com depressão, a filha de Mirna, de 23 anos, também é estudante universitária e pressionada pelo próprio pai, também teve problemas com os estudos e trancou a faculdade. Para ela, a figura protetiva de pai nunca existiu.

"Meu pai sempre foi a minha mãe. Um pai de verdade eu nunca tive. Ele nunca se importou em levar a gente para um lazer, diversão. E nas vezes que isso acontecia, ele bebia muito e chegava a quebrar as coisas. Até hoje nós sofremos com as marcas psicológicas que ele deixou. Meu irmão e eu fomos ao nosso limite. A gente não vê mais motivo para continuar estudando e ser feliz",
disse.

Investigações sobre o caso

A delegada da especializada informou que existe uma medida protetiva expedida pela Justiça em favor da família da assistente social. Ela contou também que há um mandado de prisão contra o suspeito já foi expedido, mas que este ainda não foi preso porque a polícia desconhece o seu paradeiro.

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Tópicos: mulher, gente, assistente