Oito servidores do INSS e 17 advogados são alvos da operação da PF no Piauà e Maranhão
09/11/2021 10h48Fonte cidade verde
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Equipes da Polícia Federal deflagraram na manhã desta terça-feira (09) uma operação contra fraudes previdenciárias. Ao todo, estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão preventiva, 23 mandados de prisão temporária e 57 mandados de busca e apreensão, em Teresina e em cidades do interior do Piauí e do Maranhão, por ordem da Justiça Federal.
A operação foi batizada de “Bússola” e investiga uma organização responsável por viabilizar a concessão de aposentadorias rurais, por meio de fraudes e uso de documentos públicos. Em alguns casos, de acordo com a PF, os benefícios eram concedidos a pessoas fictícias, que existiam apenas no papel.
A organização investigada já causou prejuízo de mais de R$ 55 milhões aos cofres públicos, em quase 2 mil benefícios fraudulentos.
Entre os investigados com prisão decretada estão oito servidores do INSS, 17 advogados e 14 intermediários dos Estados do Piauí e Maranhão.
As ações acontecem nos municípios piauienses de Teresina, Luzilândia, Demerval Lobão, e Santo Antônio dos Milagres; e nos municípios maranhenses de Timon, Caxias, Presidente Dutra, Parnarama, Codó, Anapurus e São João do Sóter.
Em Teresina, pelo menos três advogados foram presos durante os trabalhos na manhã de hoje. A informação foi confirmada ao Cidadeverde.com pelo presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB Piauí, Marcus Vinicius Nogueira. "A Comissão foi comunicada pela PF e estamos, desde cedo, acompanhando o cumprimento dos mandados que envolvem advogados", destacou.
Os presos foram levados para a superintendência da Polícia Federal, na Avenida João XXIII, onde serão interrogados. Após o procedimento, todos serão encaminhados ao sistema prisional e devem ficar à disposição do poder judiciário.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS.
O INSS informou que não daria nenhuma informação, já que a operação é comandada pela PF.
No decorrer das investigações já foram identificados 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural com indícios de fraude, os quais já causaram um prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 55,8 milhões de reais (valores já sacados).
A Justiça Federal também determinou a imediata suspensão de 160 benefícios concedidos a pessoas fictícias (existentes apenas no papel) e a imediata revisão de 1.975 benefícios com indícios de fraude, medida que evitará um prejuízo futuro estimado em R$ 623 milhões de reais.
O nome da Operação Bússola é uma alusão ao direcionamento indevido dos requerimentos de benefícios protocolados pelos advogados/intermediários aos servidores concessores do grupo criminoso.
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