"Ordem era queimar qualquer veículo", diz delegado sobre ataques a ônibus

24/08/2017 13h23


Fonte Cidadeverde.com

De uma ligação telefônica, a ordem para incendiar veículos em Teresina partiu de presos na Casa de Custódia, o maior presídio do Estado e que abriga mais de 1000 detentos.

Em entrevista coletiva, o coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), delegado William Moraes, disse que as investigações apontam que os incêndios a três ônibus e dois veículos foram ordendos por detentos. William Moraes descarta a ligação dos incêndios com facções criminosas e disse que a ordem era queimar qualquer veículo que estivesse estacionado na rua. Segundo a polícia, a ação foi de amadores.

"Os ônibus de turismo foram alvos porque o pedido que o preso fez foi para que fossem queimados qualquer veículo que estivesse estacionado na rua. Os incêndios não têm relação com facção criminosa. Foi uma ação isolada de amadores",
disse o coordenador do Greco.

O delegado Laercio Evangelista identificou como Jonatas Nilson de Oliveira da Silva, o detento que ordenou as ações. Ele teria feito o pedido a esposa Fabiana da Silva, com que é casado há 15 anos. Jonatas está preso por homicídio. Ela foi presa no início da manhã desta quinta-feira (24).

"A ordem de incêndio foi dada durante o motim na Casa de Custódia, no último domingo (20). Essa mulher estava nos arredores da Casa de Custódia no dia do motim. Em depoimento, Fabiana alegou que realmente recebeu a ordem, mas diz que que não a cumpriu. Ela conta que o marido fez o pedido em um momento tumultuado",
declarou o delegado Charles Holanda, que preside o inquérito juntamento com Laercio Evangelista.

O delegado Carlos Cesar Camelo, do Núcleo de Inteligência, acrescenta que Jonatas teria pedido a Fabiana que avisasse aos comparsas dele, do lado de fora do presídio, quando houvesse motins.

"Era para esposa avisar aos comparsas dele, apelidados de meninos, para que estes provocassem os incêndios. A investigação ainda está muito recente. Hoje vamos ouvir o detento",
adiantou Carlos César.

O motim que ocorreu na Casa de Custódia teria sido uma reação dos presos a medidas disciplinares como restrição de visitas e banho de sol quando descobertas infrações, como uso de celular.

Até agora, a Polícia Civil 20 mandados de busca e apreensão. A expectativa é que até a conclusão da investigação mais pessoas sejam presas. Se for indiciada, Fabiana responderá por associação criminosa, incêndio criminoso e dano ao patrimônio.

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