Pacientes e profissionais da saúde denunciam falta de insumos e suspensão de cirurgias em hospitais

30/08/2023 11h16


Fonte ClubeNews

Imagem: Arquivo/ClubeNewsHospital de Urgência de Teresina (HUT)(Imagem:Arquivo/ClubeNews)Hospital de Urgência de Teresina (HUT)

A cidade de Teresina vive uma crise na saúde pública com a falta de insumos nas unidades de saúde e o cancelamento de várias cirurgias de urgência nos hospitais.

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT), por exemplo, suspendeu os procedimentos de urgência, que agora só serão feitos mediante agendamento. Por meio de nota, o HUT informou que as cirurgias de emergência acontecem normalmente.

Pacientes relataram que, além da suspensão dos procedimentos, os próprios pacientes precisam comprar remédios para continuar o tratamento dentro da unidade de saúde. Macas e ar-condicionados quebrados também foram algumas das queixas de pacientes e acompanhantes.

Já os profissionais da saúde relatam a dificuldade de atender os pacientes devido à falta de insumos. Eles denunciam a falta de remédios, principalmente os antibióticos e anestesias, agulhas para exames de bioquímica e até mesmo fitas para a medição de glicose.

O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) também se pronunciou afirmando que esses problemas se repetem com frequência e que o HUT já foi notificado várias vezes pela falta de insumos.

Nesta quarta-feira (30), o blog Bastidores da Notícia divulgou que a “empresa White Martins notificou a Fundação Municipal de Saúde sobre a suspensão total do fornecimento de oxigênio para todas as unidades de saúde do município de Teresina. A notificação foi feita no início da semana. A empresa alega irregularidades no pagamento desde o começo do ano. A prefeitura de Teresina obteve uma liminar junto à Vara dos Feitos da Fazenda que impede a suspensão”.

O promotor de justiça, Eny Pontes, do Ministério Público do Piauí (MP-PI), instaurou um procedimento preparatório de inquérito civil para apurar a denúncia da suspensão de fornecimento de oxigênio aos hospitais da rede municipal por falta de pagamento à empresa fornecedora. O documento prevê a expedição de ofício à Fundação Municipal de Saúde (FMS) solicitando manifestação sobre esta demanda no prazo de 48h.

“Caso não haja resposta, serão convocados não só o presidente da Fundação Municipal de Saúde, mas a empresa. Para estarem aqui no Ministério Público e tentar buscar uma solução como o pagamento imediato ou um cronograma”,
destacou.

Máquina quebrada

No Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Centro de Teresina, um paciente, que preferiu não se identificar, denunciou uma série de irregularidades na unidade de saúde, dentre as quais equipamentos danificados e ausência de médicos e enfermeiros.

O paciente relatou que está internado há quase um mês, no aguardo de uma cirurgia nos tendões, e precisa realizar uma ressonância magnética, mas a máquina utilizada para o exame quebrou oito dias atrás.

“Fazem todos os outros exames e, na hora da ressonância, mandam para casa. Corremos o risco de perder o leito e retornarmos para a fila”,
contou.

Confira a íntegra da nota do HGV e HUT:

A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que por conta de um problema técnico pontual, o aparelho de Ressonância Magnética está em manutenção. Durante esse período nenhum paciente será prejudicado, pois aqueles que necessitam passar por procedimentos serão encaminhados para outras unidades conveniadas pelo SUS.

O HGV esclarece ainda que as demais denúncias não procedem. O hospital possui médicos plantonistas 24 h e uma equipe de enfermagem composta de mais de mil profissionais, entre auxiliares, técnicos e enfermeiros. Quanto aos elevadores, os mesmos estão funcionando normalmente. E também, em caso de falta de energia, o HGV conta com rampas de acesso aos andares superiores. Em relação aos ares-condicionados, somente este mês, já foram implantados 12 novos aparelhos. A manutenção dos outros aparelhos é feita diariamente em todo o hospital.

O Hospital de Urgência de Teresina está realizando, diariamente todas as cirurgias de emergência, ou seja, as que o paciente corre risco de vida. Já as cirurgias de urgência elas estão sendo realizadas mediante uma programação. A Fundação Municipal de Saúde está trabalhando, junto aos fornecedores, para que seja normalizado o abastecimento de insumos no menor espaço de tempo.

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que “as providências estão sendo tomadas junto aos fornecedores (notificação e negociação, bem como regularização de eventuais pagamentos em aberto), bem como a conclusão de processos licitatórios e emergenciais, para o restabelecimento do abastecimento do HUT e garantir o seu regular funcionamento. As cirurgias seguem sendo realizadas conforme os protocolos e classificação definidos pela área de urgência e emergência”.


Tópicos: hospital, pacientes, insumos