Pacientes temem que o corte de orçamento na Farmácia Popular prejudique tratamento

16/09/2022 09h36


Fonte ClubeNews

Imagem: Carlienne Carpaso/Portal ClubeNewsFarmácia do Povo(Imagem:Carlienne Carpaso/Portal ClubeNews)Farmácia do Povo

A redução do orçamento para a manutenção do programa Farmácia Popular vai prejudicar os piauienses que dependem do uso contínuo de remédios caros. A proposta orçamentária de 2023, do Governo Federal, enviada para o Congresso prevê a redução de R$ 2,04 bilhões para R$ 804 milhões no valor destinado ao programa. A medida afeta a população que depende do uso de 13 tipos de medicamento, como insulina humana e losartana.

A professora Francisca das Chagas foi diagnosticada com diabetes há 25 anos. Ela recebe há 10 anos a insulina para tratamento pela Farmácia Popular.

“É um benefício muito importante. A gente vai deixar de receber se tiver o corte? Algumas pessoas vão ser prejudicadas com a distribuição, algumas pessoas vão receber e outras vão deixar de receber. No meu caso, eu tenho diabetes há 25 anos. Eu não tenho sequelas devido aos cuidados e ao uso da medicação, da insulina”.


O metalúrgico Antônio Magno explica que a filha recebe, de forma gratuita, uma medicação avaliada em mais de R$ 2 mil para ajudar no crescimento.

“Segundo o médico, o medicamento custaria entre dois e três mil reais uma caixa com cinco ampolas; e teria que ser 18 ampolas para o tratamento dela. No caso, custaria algo em torno de R$ 15 mil, o tratamento dela. A gente não teria como arcar e é importante a gente receber aqui”, disse o metalúrgico.

O corte para o programa Farmácia Popular representa 59% dos recursos. De acordo com o professor em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Osmar Cardoso, a medida provocará impactos significativos no sistema de saúde.

“É uma medida absolutamente contrária à ideia de saúde das pessoas. Porque as pessoas não vão conseguir manter a sua saúde sem o uso desses medicamentos e vão custar para os serviços de saúde do SUS muito mais do que eles custariam. Então, elas não terão acesso aos cuidados, pois vão sobrecarregar os serviços de saúde”
, concluiu.


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