Pai de bebê desaparecido relatou ter cremado bebê após ele morrer por causas naturais

22/02/2022 10h44


Fonte G1 PI

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarWesley Carvalho Ferreira de 1 ano e 10 meses estava desaparecido desde dezembro.(Imagem:Divulgação)Wesley Carvalho Ferreira de 1 ano e 10 meses estava desaparecido desde dezembro.

O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko, contou, nesta terça-feira (22), detalhes sobre a investigação do desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira, de um ano e 10 meses, e apontou contradições nos depoimentos dos pais e avós do bebê, que foram presos temporariamente na noite de segunda-feira (21).

Em entrevista à TV Clube, o delegado contou que a família apresentou versões contraditórias sobre o sumiço da criança. A versão inicial é que o menino teria sido sequestrado no dia 29 de dezembro de 2021, quando estava com os pais no centro de Teresina. O boletim de ocorrência foi feito por uma tia da criança somente no dia 9 de fevereiro. A versão foi descartada.

Uma segunda versão, contada pela mãe de Wesley, é que o menino teria caído em um poço no local onde os pais moravam, no município de Altos, a cerca de 40 km de Teresina. Segundo a mulher, o marido e os sogros presenciaram o acidente. A hipótese foi investigada e também descartada.

“A mãe da criança começou a apresentar relatos diferentes, dizendo que possivelmente [a criança] teria sofrido um acidente e caído dentro de um poço, e que o pai e os avós paternos teriam presenciado. Nós fizemos incursões ao local, o Corpo de Bombeiros fez escavações e não encontramos. A partir daí, vimos que a família realmente tenta esconder alguma coisa”,
informou o delegado.

Ao constatar as irregularidades nos depoimentos, a Polícia Civil solicitou a prisão temporária, de 30 dias, dos pais e avós da criança, que não tiveram os nomes divulgados. A solicitação foi aprovada pelo Ministério Público e os mandados foram cumpridos na segunda (21).
Imagem: Polícia Civil PiauíPais do bebê são conduzidos à DPCA que teriam matado o filho queimado em um ritual em Teresina.(Imagem:Polícia Civil Piauí)Pais do bebê são conduzidos à DPCA que teriam matado o filho queimado em um ritual em Teresina.

Após ser preso, o pai de Wesley também mudou sua versão da história e contou uma terceira versão, que o menino teria morrido por causas naturais. O pai teria cremado o próprio filho.

“O pai da criança relata agora que a criança teria falecido de causas naturais, doença, e ele teria cremado o corpo. Apontou o local onde supostamente teria ocorrido essa cremação, lá há realmente um vestígio de cinzas. Mas já faz um tempo, houve chuvas, nós vamos mandar perícia para realizar um exame e saber se há vestígios de DNA humano”,
contou o delegado.

O exame pericial no local apontado pelo pai de Wesley está previsto para acontecer ainda nesta terça-feira (22).

A polícia trabalha ainda com a suspeita de Wesley ter sido queimado durante um ritual religioso realizado pela família.

“Esses detalhes foram relatados no depoimento de uma pessoa de uma igreja. Não tenho ciência exata do depoimento, mas há alguma coisa relativa a isso. Estariam colocando esse garoto como se fosse um ‘Messias’ ou algo do tipo”,
destacou o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko.

O delegado destacou que a prisão temporária dos pais e dos avós paternos de Wesley pode ser prorrogada e chegar a 60 dias, caso as investigações não sejam concluídas.

“O próximo passo [das investigações] é verificar o local onde [o pai] aponta como tendo cremado a criança, fazer o exame pericial, fazer mais oitivas e talvez mais pessoas sejam presas. Se a tia materna não tivesse tomado conhecimento do desaparecimento dessa criança, a polícia talvez até hoje não soubesse”,
completou.

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Tópicos: exame, menino, cremado