Pai e filho usam câmeras escondidas para flagrar animais silvestres no Piauí

06/04/2025 20h28


Fonte G1 PI

Um projeto desenvolvido pelo bioquímico Edilberto Rocha e seu filho, o estudante Edilberto Júnior, de 17 anos, já captou imagens de mais de 50 espécies de animais silvestres no Sul do Piauí, com uso de câmeras trap, armadilhas fotográficas acionadas por sensores de movimento e calor.

As espécies vêm sendo registradas desde 2020, no município de Sussuapara, 325 km ao Sul de Teresina. Entre elas estão o macaco-guariba e o veado-catingueiro, animais ameaçados de extinção devido à caça e perda de habitat.
Imagem: Sávio Magalhães/TV ClubeEstudante de 17 anos captura rotinas de animais silvestres em extinção na Caatinga.(Imagem:Sávio Magalhães/TV Clube)Estudante de 17 anos captura rotinas de animais silvestres em extinção na Caatinga.

A área monitorada por pai e filho fica entre as serras do Saquinho e do Jacu, e faz parte da propriedade privada da família, que proíbe a caça no local e busca preservar a fauna e a flora da região.

Ao g1, Edilberto Júnior revelou que o interesse pela natureza surgiu na infância, quando passou a observar a presença de rastros dos animais próximo às serras e teve a curiosidade de conhecer quais espécies habitavam a região e de saber mais sobre a fauna e a flora na região onde vive.

Para as capturas, eles preparam em média quatro câmeras trap, que são caixas de plástico camufladas com uma lente por fora e um monitor por dentro e que fornecem a pesquisadores e ambientalistas uma janela privilegiada para a observação de animais selvagens.
Imagem: Edilberto JúniorCâmera Trap instalada em Sussuapara-PI.(Imagem:Edilberto Júnior)Câmera Trap instalada em Sussuapara-PI.

Desde que começaram a ser usadas no Pantanal, principalmente introduzidas por pesquisadores estrangeiros, o uso delas se multiplicou até que chegou ao Piauí. Na área monitorada por Edilberto e o filho, as armadilhas fotográficas ficam em pontos estratégicos, como bebedouros e trilhas.

Os equipamentos ficam camuflados na natureza e registram os animais de forma automática, sem a necessidade da presença de pessoas, o que poderia afastá-los. O uso dos aparelhos permite que os dois compreendam os hábitos dos animais e suas adaptações às mudanças climáticas ao longo do ano.
Imagem: Arquivo pessoal/Edilberto Rocha JúniorMãe e filhotes de gato-mourisco bebem água em reservatório.(Imagem:Arquivo pessoal/Edilberto Rocha Júnior)Mãe e filhotes de gato-mourisco bebem água em reservatório.

"Dependendo da movimentação, a bateria das câmeras dura meses. Na seca, tende a descarregar em duas semanas, pela movimentação mais frequente em direção aos bebedouros. Já na estação chuvosa, pela abundância de água em outros locais, o fluxo diminui", explicou Edilberto Júnior.

As imagens são divulgadas nas redes sociais, para alertar a população sobre os riscos de extinção das espécies e mostrar estratégias de conservação. "Procuro conscientizar, espalhar conhecimento sobre esse bioma exclusivamente brasileiro e mostrar as suas belezas", disse Edilberto.

"Infelizmente esses animais são muito afetados pelos caçadores e pelos incêndios criminosos. Inclusive já fiz combate em incêndios nas serras de Sussuapara e, junto com o meu pai, estou produzindo mudas de árvores nativas para o reflorestamento das áreas queimadas", concluiu.
Imagem: Acervo pessoal Edilberto JúniorEdilberto Rocha e Edilberto Júnior, pai e filho preservam fauna e flora em Sussuapara, no Piauí.(Imagem:Acervo pessoal Edilberto Júnior)Edilberto Rocha e Edilberto Júnior, pai e filho preservam fauna e flora em Sussuapara, no Piauí.


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Tópicos: animais, fauna, serras