Para fugir da greve, pais levam filhos de escolas estaduais para municipais

16/03/2016 08h46

Fonte G1 PI

 A greve dos professores, que já dura um mês, está fazendo com os pais peçam a transferência dos filhos da rede estadual de ensino para a municipal. Um deles é o aposentado Cícero Lavore que pediu a transferência dos dois filhos da Unidade Escola Floriza Silva, no bairro Promorar, Zona Norte de Teresina, para outra escola onde está ocorrendo aula.

“Meus filhos estavam sem estudar. Não quero ver eles sem estudar, então procurei transferir desse colégio para outro onde está tendo aula. Eu me sacrifico pelos meus filhos para eles terem aquilo que eu não pude, que é o estudo. Para mim, a riqueza que eu posso dar pra eles é o estudo”, declarou.

Na Unidade Escolar José Cândido Ferraz, localizada no bairro Monte Castelo, Zona Sul de Teresina, os alunos estão sendo liberados às 9h porque só está havendo aula de história, português, educação física e artes.


Segundo o secretário de administração do estado, Franzé Silva, a perda de estudantes dificulta a negociação entre o estado e os professores que tiveram uma audiência de conciliação na segunda-feira (15), mas sem concesso entre as partes. O exôdo do estudantes de unidades estaduais para municipais já chegou a 40 mil estudantes.

“Nós tínhamos a esperança que com a intermediação no Tribunal de Justiça pelo desembargador Paes Ladim, saímos de lá com uma solução que resolvesse de vez esse impasse que tanto prejudica os alunos. Infelizmente, o SINTE (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí) não aceitou a proposta de conciliação feita pelo Tribunal de Justiça, assim como não aceitou as propostas anteriores do governo”, explicou.

Na audiência para tentar uma conciliação, o sindicato afirmou que a proposta apresentada pelo governo foi de parcelar em três vezes o reajuste de 11,36% do piso salarial, algo que inviabilizada as negociações.

Entenda o caso
As aulas de 600 escolas estaduais que deveriam ter iniciado no dia 15 de fevereiro foram canceladas devido a greve dos professores. O Tribunal de Justiça determinou que 70% da categoria voltasse às salas de aula podendo levar multa diária de R$ 100 mil, caso não cumprissem a liminar. Audiências foram realizadas com a categoria, mas as propostas do governo não foram aceitas.

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