Peritos podem recorrer ao exterior para descobrir substância que matou criança
14/07/2016 09h40Fonte Cidade Verde
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Após três meses, peritos do Piauí ainda não descobriram a substância que ocasiou a morte da garota Francisca Alice Silva Barreto, 10 anos de idade, no mês de abril. A hipótese de envenenamento já foi descartada e o Instituto de Criminalística do Estado recorreu a uma universidade no Piauí para tentar descobrir que substância pode ter ocasionado intoxicação na garota. Há a possibilidade que o material analisado seja encaminhado para fora do país. A vítima deu entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) em coma profundo, com a cabeça raspada e lesões pelo corpo, a maioria com cicatrizes em forma de cruz. Ela teria participado de um ritual de magia negra em um terreiro no povoado Flor do Campo, na zona rural de Timon, no Maranhão.
"Procuramos essa universidade após ter sido descartada a hipótese de envenenamento pelo Instituto de Criminalística. Lá foi feita a primeira parte juntamente com os peritos criminais. Com base nesse resultado, que nós já temos, serão necessários outros testes. Procuramos essa universidade por que lá há aparelhos que nós não tínhamos, bem como especialistas em algumas áreas que nos foram importantes. Nessa universidade foram descobertas algumas coisas, mas são necessários testes em níveis mais altos", disse Antônio Nunes, diretor de polícia técnico-científica.
Ele ressalta que o resultado atestado pela universidade será enviado para outra instituição de ensino no país ou mesmo para o exterior.
"Será necessário levar para outra universidade para confirmação em outros métodos, uma vez que essa perícia não é feita em nenhum Instituto de Criminalística ou IML no país. Acredito que é possível que essa confirmação seja feita no Brasil, mas se não for possível e o Governo autorizar, o material será levado para fora do país. Estamos diante de uma perícia diferente da habitual. Já procuramos a Unicamp e lá não é feito. Vamos procurar outras alternativas", reitera diretor de polícia técnico-científica.
Nunes acrescenta que a substância que causou intoxicação na criança é algo incomum. "Não podemos falar nada agora porque a estatística ainda não é 100%. Preciso do resultado dos próximos testes. A perícia não pode atropelar as provas científicas. Não é um caso simples", reitera.
A conselheira tutelar Socorro Arraes- que acompanha o caso- cobra o resultado dos exames realizados na vítima e diz que o Conselho Tutelar não pode concluir o caso, sem os laudos periciais, mesmo com a morte da garota.
"Para equipe médica, ela pode ter sido envenenada e foi pedido o exame toxicológico. Até hoje, se esse resultado chegou a Teresina, não sabemos. Pedimos mais exames através do Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência Sexual (Samvis) porque havia a suspeita de abuso e de estupro de vulnerável e o exame cadavérico, mas não obtemos resposta. O processo corre em segredo de justiça, mas como vamos encerrar sem os laudos da perícia", disse Arraes.
Por outro lado, Nunes diz que alguns laudos já foram encaminhados para a autoridade policial.