PF investiga servidor da Justiça do PI que teria tentado avisar investigados sobre operação

16/12/2020 14h44


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Teixeira/ G1 PISede da superintendência da Polícia Federal em Teresina - Piauí.(Imagem:Ellyo Teixeira/ G1 PI)Sede da superintendência da Polícia Federal em Teresina - Piauí.

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Piauí deflagrou, nesta quarta-feira (16), a segunda fase da Operação Acesso Negado, que investiga uma suposta tentativa de vazamento de informações por parte de um servidor da Justiça do estado para avisar investigados sobre mandados que seriam cumpridos na Operação Delivery, que investiga desvio do Fundeb.

De acordo com a PF, a investigação teve início após suspeita de que advogados e investigado teriam "tentado acessar indevidamente informações sigilosas relacionadas aos fatos investigados".

A PF informou que foram encontrados “indícios razoáveis” de que servidor acessou de forma indevida sistemas da Justiça estadual com objetivo de informar advogados sobre mandados de busca e apreensão e prisão preventiva expedidos em consequência das investigações.

Segundo a PF, o servidor recebeu vantagem indevida para atender o interesse de um advogado, que também é investigado.

Os policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, em Teresina e em Matias Olímpio. Os endereços e os alvos não foram revelados.

Com o material coletado durante o cumprimento dos mandados, a PF espera obter comprovar que os advogados fizeram pagamento de vantagem indevida ao servidor da Justiça do Piauí e, assim, tiveram acesso a informações sigilosas referentes à operação Delivery.

Se comprovada a prática, os investigados deverão responder, de acordo com suas culpas, pelos crimes de corrupção ativa/passiva, violação do sigilo funcional e embaraço a investigação que envolve organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 22 anos de reclusão.

Jornalista preso
O jornalista Tony Trindade foi preso durante a primeira fase da Operação Acesso Negado em agosto. A suspeita, segundo a PF, era de que houve tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Delivery.

A assessoria de imprensa do jornalista informou, na época, que ele "apenas fez o seu dever de jornalista e formador de opinião". E que o jornalista teria sido preso pela "relação com suas fontes".

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