Piauà bate recorde em 2019 e tem a temperatura mais quente dos últimos cinco anos
04/01/2020 08h20Fonte G1 PiauÃ
Imagem: Lucas Marreiros/G1
Uma pesquisa feita pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi) aponta que o estado teve a temperatura mais elevada dos últimos cinco anos. Segundo o estudo, a temperatura em 2019, se comparada ao mesmo período em 2015 - os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro (período conhecido como B-R-O BRÓ) - bateu recorde em termos de calor.
“Durante todo ano de 2019, várias cidades do estado, inclusive Teresina, estiveram entre as mais quentes do país. A capital, nesse mês de dezembro, assumiu por diversas vezes o ranking nacional de cidade mais quente do Brasil, atingindo 37° a 38° graus com sensação de 40° graus", disse o professor Werton Costa, do curso de geografia da universidade.
O professor explicou que, por meio da comparação de mapas antigos com mapas atuais, um método conhecido como climatologia comparativa, foi possível investigar as causas desse fenômeno e chegaram à conclusão que esse aumento de temperatura está vinculado à temperatura do mar.
"Nos meses em que o mar estava mais quente, a temperatura do estado esteve dentro da normalidade, cerca de 36° graus. Em 2019, o mar esteve mais frio, impedindo a entrada de umidade no continente, ou seja, diminuindo a quantidade de chuvas no período do B-R-O BRÓ", disse.
De acordo com o pesquisador, os acompanhamentos das condições atmosféricas estão sendo desenvolvidos há cinco anos, desde o El Ninõ de 2015, o maior registrado na história.
"O fenômeno El Ninõ é quando as águas do Oceano Pacífico se tornam mais quentes interferindo na quantidade de chuva que cai no nordeste do país. Durante o período de 2015 e 2016 o Piauí registrou temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e pouca chuvas, consequência do fenômeno", explicou.
O Piauí conta com estações de acompanhamento em Teresina, Parnaíba, Valença do Piauí, Castelo do Piauí, Campo Maior, Floriano e várias outras cidades que forneceram a visão do estado em épocas variadas do ano, medindo temperatura, vento e radiação solar.
"O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) gera mensalmente um mapa que mostra todas essas condições e foi através desses dados que foi possível identificar que houve um aumento de 2° graus de temperatura em algumas cidades do estado no mês de dezembro", afirmou Werton Costa.
Segundo o professor, a pesquisa é contínua, de natureza estatística e foi elaborada para ajudar a entender as condições climáticas do estado, além de servir para desenvolver modelos de previsões para cenários futuros.
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