Piauà confirma segundo caso de varÃola dos macacos e um caso provável da doença
18/08/2022 09h38Fonte G1 PI
Imagem: Imagem de arquivo - JNCélulas com a varíola dos macacos.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) confirmou, nesta quarta-feira (17), o segundo caso da varíola dos macacos, transmitida pelo vírus monkeypox, no Piauí. Um terceiro caso positivo é de uma pessoa de São Paulo e deve ser registrado no estado de origem.
Os novos casos confirmados são referentes a dois homens, sendo um deles residente em Teresina e o outro em São Paulo, mas que estava passando férias na capital piauiense. O primeiro caso confirmado no Piauí foi na cidade de Batalha, no início do mês.
Com os novos resultados, o Piauí passa a contabilizar seis casos descartados, dois casos positivos, um caso provável e mais 26 casos em investigação. As amostras que ainda seguem em investigação estão em análise no laboratório de referência do estado, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Primeiro caso confirmado em Teresina
Em entrevista à TV Clube, o presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, o médico Gilberto Albuquerque, revelou que o paciente que reside em Teresina diagnosticado com a doença passa por tratamento domiciliar. O homem teria pego a doença ao ter relações sexuais com uma pessoa natural do estado do Rio de Janeiro.
"Na investigação epidemiológica, a provável chance de infecção é que essa pessoa teve contato com uma pessoa do Rio de Janeiro em um show, em uma festa, e tiveram atividades que trocam secreções. A provável fonte de contrair essa doença foi esse contato com essa pessoa de fora do Piauí", contou o médico.
O paciente buscou atendimento médico no dia 28 de julho deste ano, após apresentar sintomas. A confirmação da varíola dos macacos foi feita por meio de exames. O rapaz não precisou de internação e segue isolado, em monitoramento.
"No momento que há essa suspeita diagnóstica, a gente já começa a fazer a orientação. Orienta as possíveis complicações, como evitar a passar pra outras pessoas. Quando confirma, se intensifica esse acompanhamento. O tratamento é sintomático, feito de acordo com as alterações que o paciente sente", destacou Gilberto Albuquerque.
Imagem: Lucas Marreiros/g1Médico Gilberto Albuquerque, presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina.
O presidente destacou ainda que a rede municipal está preparada para possíveis outros casos da doença na capital.
“Isso chama a atenção de que inicialmente eram os daqui que estavam indo para fora do país e pegavam essa doença. Agora tem gente com a doença vindo pra cá, então é bom ter cuidado. Porque fora do Piauí tem um número maior de infectados. Toda equipe de saúde está em alerta, atenta", completou.
Casos suspeitos no Piauí
Segundo o relatório da coordenação de epidemiologia da Sesapi, 17 municípios já notificaram casos suspeitos da varíola dos macacos, sendo Teresina e Parnaíba as cidades com maior número de registros até o momento. O Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde do Estado do Piauí (Cievs) segue acompanhando e monitorando todos os casos suspeitos notificados.
"A maioria dos casos suspeitos está em pessoas do sexo feminino, 21 casos. Em relação à faixa etária, possuímos casos suspeitos em diversos grupos, mas 60% dos casos notificados estão na faixa etária de 15 a 39 anos", revelou a coordenadora do Cievs, Amélia Costa.
Amélia Costa destacou que a população deve ficar atenta aos sinais e sintomas da doença, e procurar os serviços de saúde do município caso comece a apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular e o surgimento de vesículas pelo corpo.
"Esses são os principais sintomas observados da doença nos casos já confirmados. Ao mesmo tempo, caso seja confirmada a infecção, é essencial seguir o período de isolamento recomendado de 20 dias", disse a coordenadora.
Imagem: BBC Infográfico mostra informações sobre transmissão e sintomas da varíola dos macacos.
A doença é transmissível de paciente para paciente, principalmente na fase em que as feridas características da varíola murcham. As erupções — que podem ter aparência levemente diferente em tons de pele distintos — podem contaminar as roupas e os lençóis.
É preciso contato próximo e prolongado (muitas vezes com a pele) de uma pessoa infectada. No momento, existem muito poucas pessoas no mundo com a doença, o que significa que as oportunidades de contágio não são muitas.
Se você tiver contraído a varíola dos macacos, a primeira coisa que irá notar são sintomas similares à gripe — cansaço, mal-estar geral e febre. É o que os médicos chamam de "período de invasão" da doença, quando o vírus entra nas suas células.
Imagem: UKHSA via BBC As erupções mudam e passam por diferentes estágios, podendo parecer catapora ou sífilis, até finalmente formarem uma casca, que cai posteriormente.
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
Veja os sintomas iniciais mais comuns:
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
Como se proteger
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
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