Piauí já registra mais de 3 mil casos de acidentes com animais peçonhentos em 2024

16/11/2024 08h44


Fonte ClubeNews

Imagem: Divulgação/ SesapiNúmero representa 62% da quantidade total de acidentes evolvendo animais peçonhentos.(Imagem:Divulgação/ Sesapi)Número representa 62% da quantidade total de acidentes evolvendo animais peçonhentos.

Dados da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), o Piauí registrou mais de três mil acidentes com escorpiões entre janeiro e outubro deste ano, o número representa 62% da quantidade total de acidentes evolvendo animais peçonhentos.

O alerta cresce durante a temporada de chuvas, entre novembro e abril, com o aumento da umidade e da temperatura que favorecem a proliferação de animais peçonhentos. O vendedor André Luis, explica que nesse período costuma encontrar escorpiões em casa.

“Eu acredito que isso acontece porque minha casa é a última da rua e fica próximo a uma região de mata. Os vizinhos e moradores aqui da região jogam lixo, restos de material de construção, então eu sempre estou olhando para evitar que os escorpiões apareçam. Aqui no meu terreno encontro muitos escorpiões marrons e amarelos”.

Conforme o infectologista Nayro Ferreira, alguns grupos podem desenvolver sintomas mais graves.

“Ocasiona uma dor muito grande no local da picada, além disso, em pessoas muito jovens, crianças, idosos ou cardiopatas podem ter sintomas bem mais severos do que a população que não pertence a esse grupo. Não tem o que se pensar, acidente com escorpião ou outros animais peçonhentos, tem que procurar o serviço médico de urgência”, explicou.

Capacitação de agentes de endemias

Nesse período também cresce a população de barbeiros, inseto que pode hospedar o Trypanosoma cruzi, protozoário que causa a Doença de Chagas. Na Universidade Federal do Piauí (UFPI), um grupo de pesquisa realiza pesquisa sobre a doença.

“No Piauí existem 11 espécies de barbeiro, encontramos com mais frequência nas zonas rurais. No departamento, aqui na universidade, buscamos realizar capacitações com agentes de endemia de diversos municípios que necessitam dessa formação. Nós contamos com o apoio dos gestores públicos, caso encontrem os vetores, nós solicitamos para que sejam realizadas as nossas pesquisas. Isso ajuda a fazer um mapeamento e passar as informações aos municípios”, explicou o professor Vagner Mendonça.

Na UFPI, o Departamento de Microbiologia e Parasitologia, elaborou uma cartilha que busca levar informações sobre esses animais aos agentes de endemia.

“É a necessidade da gente divulgar mais sobre a Doença de Chagas, uma doença negligenciada. Então os municípios não têm essa pauta dentro das Unidades Básicas de Saúde, por isso essa capacitação surgiu desa necessidade. Queremos levar informações aos agentes de endemia, apresentar novas espécies, porque algumas já não fazem mais parte do ambiente porque já foram disseminadas”, destacou a bióloga Iza Gomes.

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