Piauienses em intercâmbio se dividem entre concluir cursos ou voltar para casa
25/04/2020 12h01Fonte g1
Imagem: Reprodução
A pandemia do novo coronavírus afetou planos de intercâmbio para estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Em alguns casos, os alunos estão em solo estrangeiro, enquanto outros estão no Piauí aguardando o momento certo para viajar. Universitários piauienses contaram que embora haja vontade de retornar para o Brasil, os vôos escassos e o receio por uma possível contaminação no trajeto são os principais obstáculos.Alan Lira viajaria para a Argentina em março, com o objetivo de fazer trabalho voluntário. Contudo, o período coincidiu com o início do isolamento social no mundo inteiro e ele precisou adiar a viagem.
“A primeira fase é a negação, você fica triste porque tudo que eu tinha planejado pra esse ano não vai acontecer mais por causa de um vírus. A segunda fase é da aceitação, que é um mal necessário. A gente pegar aquele nosso sonho, os projetos, guardar e dar uma pausa”, disse.
Para outros estudantes, que já estão em intercâmbio, a pandemia afetou principalmente no senso de decisão em permanecer ou voltar ao Piauí. Na Colômbia, a universitária Lara Matos e mais quatro estudantes da Universidade Federal do Piauí ( UFPI) decidiram seguir com o intercâmbio até o fim do período letivo para não prejudicar os estudos.
“A quarentena aqui começou faz muito tempo e tive pouco tempo de aula normal e mais aulas virtuais. Decidi ficar porque no Brasil, além de ter mais casos, eu ficaria sem fazer nada”, explicou Lara.
Dois universitários piauienses estão no México, enquanto a colega decidiu retornar ao Piauí. Roni Oliveira está dividido em continuar o curso ou voltar para casa. “Dá aquele aperto, dá vontade de voltar para casa. Mas está acontecendo essa situação de não ter vôos disponíveis e isso está atrapalhando”, disse Roni.
Segundo a assessora internacional da UFPI, a aluna Beatriz Rodrigues, que estava no México, conseguiu retornar ao Brasil com o apoio do Itamaraty, em um vôo fretado para esta sexta-feira (24). Roni não conseguiu vaga para o vôo.
Por outro lado, 38 estudantes estrangeiros também estão participando de intercâmbios na UFPI, nos campus de Teresina e Parnaíba. Provenientes, em maioria, de países da América do Sul e do continente africano, os alunos estão recebendo cestas básicas e apoio financeiro da universidade.
Entre esses alunos está Boris, de El Salvador, país da América Central. Ele estuda em Teresina há dois anos e concluiu o curso recentemente. Apesar de ter finalizado, ele explicou que acha mais seguro permanecer no Piauí.
“Pretendia voltar, já tinha comprado minha passagem. Mas como aconteceu essa tragédia que ninguém esperava, mudou os planos”, disse.
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