Pinturas rupestres de até 40 mil anos registram "esportes olÃmpicos" no PiauÃ; veja fotos
08/08/2024 11h02Fonte G1 PI
Imagem: Ari Lima/Ricardo Bufolin/CGB/Paula Johas/PrefeiturGuia de turismo aponta semelhanças entre pinturas rupestres e esportes olímpicos ? Foto:
E se os primeiros registros das Olimpíadas não datassem do século VIII a.C., na Grécia Antiga, mas de até 40 mil anos, em um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil?
O guia de turismo Ari Lima usou sua rede social para fazer uma brincadeira: comparar pinturas rupestres encontradas no Parque Nacional da Serra da Capivara, no interior do Piauí, com as modalidades esportivas presentes nos Jogos Olímpicos em uma série de publicações no Instagram. Veja as pinturas ao final da matéria.
Desde 2001, Ari conduz os visitantes pelos paredões onde ficam os desenhos feitos há milênios em rochas e cavernas no parque, localizado entre as cidades de Coronel José Dias e São Raimundo Nonato. O parque é tombado como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco desde a década de 1990.
Em uma visita guiada à Toca da Fumaça, um dos principais sítios arqueológicos do Baixão da Pedra Furada, o guia de turismo e duas clientes perceberam que uma pintura representava uma possível progressão de saltos mortais, semelhantes aos executados pelas ginastas artísticas do Brasil.
“Instantaneamente, fizemos a alusão ao salto artístico da Rebeca Andrade, que todos nós desejávamos que arrebentasse nas Olimpíadas. Ali tive a ideia de garimpar fotos e registros do meu acervo que nos reportassem a modalidades olímpicas”, conta Ari ao g1.
Imagem: Ari Lima/Ricardo Bufolin/CGBPintura encontrada na Toca da Fumaça lembra ginástica artística.
Ari ressalta que usa “licença poética” para comparar as pinturas e os esportes olímpicos, já que as manifestações gravadas nos sítios representam, na verdade, contextos antropológicos e códigos sociais (dança, sexo, rituais e caça) próprios da época em que foram feitas.
Veja outras comparações entre pinturas e esportes olímpicos:
Tênis de mesa
Imagem: Ari Lima/Alexandre Loureiro/COBPintura encontrada no Boqueirão da Pedra Furada lembra tênis de mesa.
Tiro do arco
Imagem: Ari Lima/Miriam Jeske/COBPintura encontrada na Toca do Paraguai lembra tiro com arco.
Vôlei
Imagem: Ari Lima/Luiza Moraes/COBPintura encontrada na Toca da Fumaça lembra vôlei.
Salto com vara
Imagem: Ari Lima/Wander Roberto/COBPintura encontrada na Toca do Paraguai lembra salto com vara.
Nado sincronizado
Imagem: Ari Lima/Paula Johas/Prefeitura do Rio de JaneiroPintura encontrada na Toca da Entrada do Sítio do Meio lembra nado sincronizado.
Judô
Imagem: Ari Lima/Alexandre Loureiro/COBPintura encontrada no Boqueirão da Pedra Furada lembra judô.
Berço do homem americano
O Parque Nacional da Serra da Capivara, conhecido como “berço do homem americano”, conta com mais de 1.200 sítios arqueológicos com arte rupestre, pinturas feitas em rochas e paredes de cavernas há milhares de anos.
O local ainda tem cânions gigantescos que chegam aos 200 metros de altura, além de belíssimos platôs. Os paredões são resultados da movimentação das placas tectônicas da Terra há cerca de 200 milhões de anos.
Os trabalhos realizados no parque pela equipe da arqueóloga Niède Guidon, presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), foram fundamentais para comprovar que os primeiros homens a chegarem na América datam de cerca de 100 mil anos.
Em 1970, Niéde como professora na França veio em missão até o Piauí para conhecer as pinturas rupestres em São Raimundo Nonato. A jovem pesquisadora fez uma das maiores descobertas arqueológicas ao encontrar desenhos datados de cerca de 30 mil anos.
Seus achados indicam a presença do homem americano anterior à teoria do Estreito de Bering, que datam de 13 mil anos o povoamento das Américas pelo Homo sapiens vindo da Ásia.
Em 2023, a Serra da Capivara registrou seu recorde de visitação, com mais de 37 mil turistas. Quem ainda não teve oportunidade de viajar até lá pode conhecê-la por meio de um passeio virtual imersivo, tendo um gostinho das impressionantes paisagens.
A plataforma interativa Geo 360° BR, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), além de permitir a visualização em 360 graus dos sítios e paredões do Parque, traz curiosidades geológicas e guias digitais sobre os principais atrativos geoturísticos do local.
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