PM abrirá processo administrativo contra policiais militares presos

30/11/2019 07h40


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliarPM abrirá processo administrativo contra policiais militares presos.(Imagem:Cidadeverde.com)

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Lindomar Castilho, confirmou ao Cidadeverde.com que irá abrir na segunda-feira (02) o processo administrativo que poderá expulsar dos quadro da corporação os dois policiais militares Edivaldo Gomes da Silva e Francisco Vieira Lima, presos hoje.

"Independente do processo que será enviado (pela Polícia Civil) ao Ministério Público e à Justiça, nós vamos abrir o procedimento administrativo. Vamos pedir as informações (já apuradas) e apurar a conduta tendo como base o nosso estatuto, a nossa disciplina, o nosso dever de ética. Se a comissão confirmar, se houver a falta grave, eles podem ser expulsos do quadro; ressaltando que eles terão direito a ampla defesa"
, comentou.

Coronel Lindomar ressaltou que a conduta dos policiais suspeitos em participar de pelo menos cinco crimes usando a farda da PM é "incompatível com a condição de militar". O inquérito instaurado em agosto desse ano apura os crimes de roubo, peculato, tráfico de drogas, extorsão e associação para tráfico. Três policiais civis, citados durante a apuração, estão sendo investigados pela Corregedoria.

O Conselho Disciplinar é composto por três oficiais que irá analisar os documentos juntados na investigação. Os policiais estão presos preventivamente no quartel militar em Teresina.

Esquema

O comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, major Wilton Sousa, revelou que os demais policiais do batalhão evitavam trabalhar com os policiais presos nesta sexta (29) com medo de sempre pegos por engano no esquema criminoso. Dois policiais lotados no 8º BPM foram presos suspeitos de praticarem pelo menos cinco crimes. A dupla está na PM há mais de 20 anos.

A investigação também descobriu que os dois policiais vazavam informações privilegiadas sobre operações para criminosos, além de desviar produtos apreendidos por eles, como drogas, dinheiro e celulares. O 8º BPM recebeu denuncias contra os dois policiais, que são cabos da PM. Os dois estão recluso no presídio militar.

"Eles sempre tiravam serviço juntos. Quando eu tentei separá-los, colocar eles com outros policiais militares, os outros, do batalhão, se recusavam a prestar o serviço com eles na mesma viatura com medo de acontecer alguma coisa e a dupla ou trio ser todo penalizado",
comentou o major.

O major citou que a dupla "recebia dinheiro em boca de fumo e usurpava armamento que é pego em Blitz e situações adversas", que eram desviados antes de chegarem à Central de Flagrantes.

"Muitas vezes as vítimas, cidadãos comuns era roubados, eles abordavam os ladrões e os traficantes ou iam até as bocas de fumo. E esses equipamentos (celulares, máquina, dinheiro) eram arrecadados por esses policiais, que se apropriavam desse material e não prestavam conta como é o feitio de qualquer policial militar fazer".

Os dois policiais presos chegavam a passar informações privilegiadas sobre operações para evitar a prisão de pessoas e apreensão de equipamentos. O delegado Odilo Sena, titular do 21º Distrito Policial, comentou que "operações eram falhadas por conta disso. Os traficantes tinham informações privilegiadas. Então, além da dificuldade natural, ainda tinha mais essa dificuldade".

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