PM negocia saÃda, mas ocupantes resistem em deixar o prédio da ADH
28/10/2015 09h02Fonte G1PI
As dezenas de pessoas que ocupavam a sede da Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH) desde o início da manhã da última terça-feira (27) foram retiradas do local por policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar. A coronel Júlia Beatriz, do gerenciamento de crises da PM, disse que foi conseguida uma reunião com o secretário de governo, mas que os manifestantes não cederam e por isso foram removidos."Nós conseguimos marcar uma reunião com o secretário de governo (Merlong Solano), porém a agenda dele só nos possibilitava esse encontro nesta quarta-feira. Os manifestantes não aceitaram e disseram que só sairiam do local após a reunião e queriam para hoje (27)", contou a coronel Júlia.Imagem: G1PIClique para ampliar
As famílias que estavam no prédio da ADH ocuparam, de forma irregular, imóveis fechados ou abandonados ainda em 2012. Segundo o movimento, são 76 famílias nessa situação que cobram a posse definitiva dos imóveis.Conselheiros tutelares foram até o local para tentar retirar as crianças, mas os pais e responsáveis negaram. Os conselheiros alegaram que os pequenos corriam riscos já que estavam sendo expostos àquela situação. Por conta disso, foi realizado um pedido para o Juizado Especial requerendo a retirada das crianças.
No início da tarde, foi cortado o fornecimento de energia elétrica e de água. Os ocupantes reclamaram do calor, fome e sede, já que a Polícia Militar estava impedindo que alimentos e bebidas entrassem no prédio.
Mão de três filhas e sem casa própria, a dona de casa Maria da Conceição Sena, de 28 anos, diz, caso seja despejada da casa que ocupa, não tem para onde ir. Ela denunciou ainda que existem muitas pessoas que receberam casas sem estar dentro do perfil do Programa Minha Casa Minha Vida.
“Lá no Jacinta Andrade, quem ganhou as casas estão vendendo por até R$ 2 mil. Tem casa de todo preço. Muita gente que ganhou (o direito a receber uma casa) não precisa. Ali tem corrupção de todo jeito e os pobres como nós não tem direito de ser contemplado”, disse.
As irregularidades envolvendo as casas do Residencial Jacinta Andrade vêm sendo pauta de discussões entre a ADH e o Ministério Público Estadual. Na última reunião ficou acertado que 20% das residências ocupadas de forma irregular fossem destinadas às famílias que não têm moradia, desde que estivessem dentro do perfil adotado pelo Programa (Pro Moradia), financiador do empreendimento.
Dentre os critérios para ser beneficiado estão: ser mulher chefe de família, não ter casa própria, possuir renda de 1 a 3 salário mínimos, ser idosa, pessoa com deficiência e vulnerabilidade social.
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